O Grupo Madero, rede de restaurantes paranaense do chef Luiz Júnior Durski, fechou a venda de 23,3% do negócio ao fundo de private equity norte-americano Carlyle, um dos maiores do mundo, por R$ 700 milhões. O valor será usado para pagar dívidas e investir na expansão dos restaurantes e em melhorias na fábrica de Ponta Grossa (PR).
A Gazeta do Povo entrou em contato com o Madero, mas a empresa não quis comentar o assunto. A reportagem confirmou a veracidade do negócio e obteve informações adicionais com fontes familiarizadas que preferem não se identificar.
Na venda, foram consideradas as marcas Madero, Madero Container e Jeronimo. As outras duas do grupo, Vó Maria e A Sanduicheria, ainda são classificadas como “em desenvolvimento” e precisam ter o modelo validado antes de entrarem nos planos de expansão.
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O Madero buscava desde 2014 um sócio para saldar a dívida com a gestora HSI, hoje estimada em R$ 520 milhões, e manter seu plano de expansão acelerada — a empresa espera chegar ao fim de 2018 com 142 restaurantes em funcionamento.
De acordo com as fontes, o Grupo Madero anteriormente esteve próximo de fechar negócio similar em duas oportunidades, com a carioca Gávea Investimentos e com o fundo norte-americano L Catterton. Divergências quanto ao grau de interferência do novo sócio na operação e o prazo de saída do negócio, respectivamente, inviabilizaram os acordos.
Outra diferença é que, desta vez, o Madero dispensou o auxílio de bancos na mediação com os sócios em potencial. O Itaú BBA auxiliou o Madero por dois anos e a BR Partners, por um ano e meio. Os termos do acordo foram fechados diretamente entre o grupo e o Carlyle e está pendente apenas da “due dilligence”, ou seja, uma auditoria independente que validará os resultados financeiros do Madero no triênio 2016-2018 e toda a situação fiscal, contábil e trabalhista da empresa. O Madero já passou por duas auditorias do tipo nos últimos dois anos, disseram as fontes.
A venda da fatia de 23,3% ao Carlyle por R$ 700 milhões coloca o valor de mercado do Grupo Madero em R$ 3 bilhões. Segundo as fontes ouvidas pela reportagem, o Madero mantém o plano de abrir seu capital (IPO) até 2020. A experiência do Carlyle com IPOs teria sido um fator de peso para fecharem negócio. No Brasil, Carlyle tem participações na Ri-Happy, Tok & Stok e algumas outras empresas
Dívidas e investimentos
Os R$ 700 milhões que entrarão na operação com a venda da fatia minoritária ao Carlyle terão três destinações. A maior parte será usada para saldar a dívida com a HSI, estimada em R$ 520 milhões. Outra, de R$ 80 milhões, será acrescida de R$ 300 milhões de geração de caixa para investimentos diversos na operação. Os R$ 100 milhões restantes serão embolsados pelos sócios.
De acordo com as fontes, os R$ 380 milhões destinados a investimentos serão divididos em melhorias na fábrica de Ponta Grossa (PR), de onde saem quase todos os suprimentos das refeições do grupo, e na expansão da rede de restaurantes.
Na fábrica, serão investidos R$ 180 milhões, sendo R$ 100 milhões em uma câmara congelada robotizada; R$ 50 milhões em uma máquina automática de fabricação de pão; e R$ 30 milhões para melhorias diversas no maquinário já existente e na aquisição de 12 caminhões — o Madero conta, atualmente, com uma frota de 33 caminhões próprios. O Grupo Madero quer quintuplicar seu tamanho até 2022.
Os R$ 200 milhões restantes serão direcionados ao plano de expansão da rede. Em 2019, devem ser abertos 52 novos restaurantes, 11 a mais que em 2018.
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