Com a decisão do Banco Central de manter, nesta quarta-feira (20), a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, os fundos de renda fixa ganham da poupança na maioria dos cenários desenhados, considerando prazos de resgate e valores de taxas de administração distintos.
A estimativa é da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Mesmo com o rendimento da poupança em 0,68% ao mês, segundo cálculo da associação, a caderneta perde para os fundos de renda fixa que têm taxa de administração até 2% ao ano em quaisquer prazos.
A caderneta ganha dos fundos que têm taxa de administração de 2,5% ao ano se o resgate for feito em até um ano e perde quando o prazo é superior a esse período.
Quando a taxa sobe para 3% ao ano, a caderneta ganha quando o resgate ocorre em até dois anos e empata se o prazo for superior.
ALTERNATIVAS
Outras aplicações também ganham força no cenário de Selic a 14,25% ao ano. Os cálculos são de Samy Dana, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas). A inflação para este ano está prevista em 7% e isso deve ser levado em consideração antes de definir em qual produto aplicar.
Mesmo com remuneração de 80% do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, taxa de juros nos empréstimos entre bancos), o CDB leva vantagem sobre a caderneta de poupança. Enquanto o rendimento da poupança fica em 7,44% ao ano, o CDB aplicado pelo mesmo período renderia 8,04%.
Se o período for elevado para mais de dois anos, o rendimento anualizado desse CDB subiria para 8,82%, já que a alíquota do Imposto de Renda sobre os juros obedece a uma tabela regressiva que começa em 22,5% e vai caindo gradativamente até alcançar 15%.
No caso da LCI/LCA (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, respectivamente), a taxa de retorno fica ainda mais atrativa por causa da isenção de IR para pessoas físicas. De acordo com Samy Dana, se o investidor conseguir uma taxa de 70% do CDI, a remuneração será de 9,02%. Se a taxa for de 90% do CDI, o retorno sobe para 11,74%.
O Tesouro Selic (título público pós-fixado que segue o juro básico), com custo de 0,3% de custódia e zero de corretagem, tem retorno em até seis meses de 10,81% e de 11,86% acima de 24 meses.
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