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Fundos de investimento oferecem oportunidades para empresas que estão atrás de recursos

Muitas empresas têm optado por abrir capital como forma de obter recursos e financiar sua expansão. Mas antes de chegar nesse estágio, a maioria já recebeu um aporte significativo de recursos, por meio de fundos de private equity (PE) ou venture capital (VC). Os investidores desses fundos têm interesse em aplicar em companhias, desde que elas tenham potencial para crescer. As apostas são tão altas que nem mesmo a turbulência financeira das últimas semanas deve frear o apetite dos fundos pelo Brasil.

"O país ainda é um mercado incipiente, mas bastante promissor para esse segmento", afirma Sidney Chameh, conselheiro da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP). Com a queda de juros, os rendimentos da renda fixa encolheram, impulsionando os investidores para apostas mais arriscadas, como os fundos de PE e VC. Ele diz acreditar que a crise atual não deve prejudicar novos investimentos. "A incerteza aumenta, mas não a ponto de influenciar as decisões."

Essa também é a visão de Geoffrey Cleaver, superintendente-executivo do InfraBrasil, fundo criado com o objetivo de investir na infra-estrutura brasileira. "Entre os mercados emergentes, o Brasil é um dos mais interessantes." O otimismo esbarra na burocracia. "O governo federal não conseguiu avançar em grandes projetos como as hidrelétricas e o leilão das rodovias está demorando para sair. Mas há opções interessantes, como as PCHs (pequenas centrais hidrelétricas)."

Outra questão que pode desmotivar o investidor privado é a instabilidade de regras. O acidente com o avião da TAM, no mês passado, em São Paulo, colocou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na berlinda e reativou a discussão sobre a independência das agências reguladoras. "Os investimentos que fazemos são de longo prazo. É preciso ter a estabilidade de regras."

Mas é justamente na crise aérea brasileira que a gestora de fundos Advent International vislumbra uma grande oportunidade. No fim de julho, a empresa lançou o maior fundo da América Latina, com recursos de US$ 1,3 bilhão. "O governo federal, para resolver a situação atual, terá de atrair investimentos, e esta será uma ótima oportunidade para fundos como o nosso", diz o sócio da Advent responsável pelas operações no Brasil, Patrice Etlin.

A Advent também está de olho nas empresas paranaenses. "Nossas equipes estão, de maneira permanente, olhando oportunidades e fazendo visitas mensais no Paraná." A gestora tem experiência com companhias locais: em 2005 havia adquirido 85% da J. Malucelli Seguradora. O Paraná Banco, também do grupo J. Malucelli, recomprou essas ações neste ano, ao fazer sua estréia na Bovespa, e tem a Advent como uma acionista minoritária.

Outra paranaense que se beneficiou do aporte de fundos de PE foi a Companhia Providência, também novata na bolsa de valores. Em março deste ano, ela recebeu o aporte de R$ 930 milhões e em seguida abriu capital.

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