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Energia

Fundos entram em Belo Monte

Construção da hidrelétrica de Belo Monte prevê uma grande mudança no curso do Rio Xingu |
Construção da hidrelétrica de Belo Monte prevê uma grande mudança no curso do Rio Xingu (Foto: )

O governo não revelou os nomes das empresas que se inscreveram ontem para participar do leilão da hidrelétrica de Belo Monte, associadas à Eletrobras, porque decidiu convocar os grandes fundos de pensão de estatais – como Previ, Funcef e Petros – para negociar a formação de novos consórcios. Com os novos grupos, previamente acertados com os fundos, o Planalto quer revidar o anúncio da desistência de participação no negócio feito pelas empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa, forçando uma concorrência real no leilão marcado para o dia 20. A meta é reduzir o preço da construção, cujo teto foi estabelecido em R$ 19 bilhões.Depois de anunciar que divulgaria ontem os nomes das empresas que se inscrevessem até quarta-feira ao chamado de associação com a Eletronorte, empresa do grupo estatal Eletrobras, o governo determinou que a lista só seja liberada na próxima semana, e sem data definida. Na avaliação de assessores das estatais, do Ministério das Minas e Energia e do Planalto, a Odebrecht e a Camargo Corrêa, que desistiram de participar do leilão ontem, entraram na disputa apenas para pressionar pela alta de preços e tarifas.Interlocutores da Presidência disseram que a avaliação de Lula é que as duas empreiteiras anunciaram a saída do processo de negociação porque querem que o governo suspenda o leilão, marcado para o dia 20 de abril, e lance novo edital garantindo aumento do preço da energia. Lula disse que a obra vai sair de qualquer forma, com ou sem a participação de empresas privadas interessadas, e descartou mudança de data do leilão. "Isso é importante ficar claro em alto e bom som: nós vamos fazer Belo Monte, entrem ou não entrem [as empresas], nós vamos fazer Belo Monte", afirmou após almoço com o presidente do Mali, Amadeou Touré, no Palácio do Itamaraty.

As empreiteiras ameaçavam sair do leilão há algum tempo, alegando que as condições impostas pelo governo tornavam o projeto inviável. A pressão foi tamanha que, há cerca de 20 dias, o então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reuniu os presidentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, da Eletrobras, José Antonio Muniz, e técnicos do setor elétrico para ouvir e analisar as reclamações.Àquela altura, o teto fixado para a construção da usina era de R$ 16 bilhões. Com novas exigências do Ministério do Meio Ambiente, o valou subiu em R$ 3 bilhões. Além disso, o preço inicial da tarifa para a energia gerada em Belo Monte foi previsto em R$ 68 por MWh e depois aumentado para R$ 83 por MWh.

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