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Fundos imobiliários são opção quando os juros caem

Torre Almirante, prédio que abriga a sede da Petrobras, no Rio de Janeiro: edifício pertence a um fundo imobiliário | Divulgação
Torre Almirante, prédio que abriga a sede da Petrobras, no Rio de Janeiro: edifício pertence a um fundo imobiliário (Foto: Divulgação)

Poucos setores na área de investimentos cresceram tanto nos últimos anos quanto os fundos imobiliários. Eles começaram a surgir no mercado brasileiro há pouco mais de dez anos, e ainda são poucos: a BM&FBovespa lista apenas 61 deles, sendo que 27 são negociados apenas no mercado de balcão – ou seja, não são acessíveis à maioria dos aplicadores. Mesmo assim, eles são uma alternativa interessante para o pequeno investidor, com um atrativo excepcional: rendimentos isentos de Imposto de Renda.

Um levantamento feito pela revista AméricaEconomia apontou que o número de investidores nesse segmento cresceu de 5.960, no fim de 2008, para mais de 29 mil, atualmente. A maior parte desse contingente (71,6%) é formada por pessoas físicas. O número de negócios também se multiplicou, com um crescimento de 550% no período.

De acordo com especialistas, a maior parte desse crescimento se deu em 2009, na sequência da crise, quando as taxas de juros básicas baixaram rapidamente. Com isso, muitos investidores passaram a buscar caminhos para aumentar seu rendimento líquido – um caminho que passou pelos fundos imobiliários, que têm obtido rentabilidade média entre 8% e 8,5% ao ano. "No cenário de 2009, com o CDI pagando menos de 9% ao ano e uma inflação de 4%, esses ganhos se sobressaíram entre as outras opções do mercado", diz o consultor em in­­vestimentos Raphael Cordeiro. O ambiente atual, com juros em queda e inflação em alta, assemelha-se ao daquela época, o que significa que os fundos imobiliários devem continuar a ganhar terreno.

Esses fundos investem na construção (ou na compra) de grandes imóveis, que serão depois alugados a empresas ou mesmo a pessoas físicas. Fundos imobiliários são donos de shopping centers, prédios comerciais, galpões industriais e até condomínios de residências Brasil afora. Entre eles estão, por exemplo, os prédios onde ficam as sedes da Petrobras e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos no Rio de Janeiro. O ganho do investidor ocorre de duas formas: pelo recebimento de aluguel e pela valorização da cota. O foco principal, entretanto, está no aluguel, e essa é a parte que é isenta de Imposto de Renda.

Para os pequenos investidores, eles representam uma boa chance de diversificar as aplicações com pouco dinheiro. Muitos desses fundos têm cotas vendidas a valores baixos, alguns próximos a R$ 1. "Para comprar participação em um shopping center um investidor precisaria ter alguns milhões de reais. Por meio dos fundos imobiliários você pode acessar esse mercado por algo como R$ 300 ou R$ 500", observa João Lucas Odebrecht, supervisor de investimentos da corretora curitibana Omar Camargo Investimentos.

A Omar Camargo tem, desde 2009, uma carteira recomendada de fundos imobiliários. Atual­mente, a carteira conta com seis fundos indicados, nas áreas de shoppings, escritórios, galpões industriais e residências. De janeiro a agosto, a carteira da Omar Camargo apresentou rentabilidade de 13,84%. Nada mau para um período em que o CDI deu 7,69% e o Ibovespa recuou 18,49%.

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