Sai Ferrari, entra Volkswagen. Sai condomínio, entra favela. O funk ostentação continua esbanjando, mas teve de se adaptar à crise do consumo. “O sonho agora é pagar as contas e a música tem de retratar isso”, diz o MC Bó do Catarina, um dos representantes do gênero. Com vídeos que chegam a 16 milhões de visualizações, o funqueiro acredita que o estilo foi atingido em cheio pelo momento econômico. Não à toa, ele lançou a música “Com dinheiro tudo é mais fácil”.

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Os MCs, que antes gravavam em lugares vips e condomínios fechados, estão de volta às favelas, conta MC Naldinho, que criou o termo ostentação de periferia para definir o que canta. Suas músicas mais recentes refletem o novo momento do país. Em vez de citar os importados de luxo, as letras falam de modelos como um Jetta de R$ 80 mil. O impacto vai além da produção musical.

Naldinho e Bó afirmam que o número de shows diminuiu. “Tem muito MC com carrão e mansão, que fez conta para caramba e agora não está conseguindo pagar”, diz Bó. Segundo o cineasta Renato Barreiros, diretor do documentário Funk Ostentação, o público tem trocado os bailes pagos pelos bailes de rua, com acesso livre e bebida mais barata.

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