O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, defendeu hoje a manutenção de empréstimo do BNDES no valor de R$ 497,1 milhões para a Volkswagen. Acertado em abril passado, a liberação dos recursos coincide com o anúncio feito pela montadora de que terá de cortar "milhares de empregos" em função da redução das exportações. Os sindicalistas falam em até seis mil demissões. Existe também a ameaça de fechar uma das cinco fábricas da montadora no país.
- Não é contraditório (ajudar a Volks no momento em que a empresa fala em demissões). Não é porque os setores exportadores de mão-de-obra intensiva têm tido dificuldades de competir no exterior - afirmou Furlan, logo depois de palestra a empresários na Câmara Britânica de Comércio e Indústria do Brasil.
Segundo Furlan, essas dificuldades - causadas pela forte valorização do real frente ao dólar - atingiriam não só o setor automotivo como de calçados, eletroeletrônicos e de móveis. Ele afirmou que existe a "determinação do presidente Lula para encontrar mecanismos de compensação", mas negou que no caso da Volks o governo lançaria mão de uma solução particular.
- Estamos procurando soluções para o setor automotivo, não apenas para a Volks.
Associação que congrega as montadoras no país, a Anfavea diz que o governo não levou à frente discussão para estabelecer uma política de incentivos para o setor. Furlan admitiu que o governo recebeu diversas propostas, mas "não há nada conclusivo". Entre essas propostas, está a de modificar a tributação sobre a venda dos veículos, o que estimularia o mercado interno para compensar a queda nas exportações.
- Há um pleito para que o Brasil transfira a tributação ao longo da vida útil do produto, em vez de a tributação ser concentrada no momento da venda. Mas não há nada conclusivo - afirmou o ministro do Desenvolvimento.
Depois do encontro com os empresários na Câmara Britânica, Furlan tinha reunião marcada com o presidente da Volkswagen do Brasil, Hans Christian Maergner. Segundo a assessoria da empresa, Maergner levaria dados que mostrariam as dificuldades da Volks para manter as metas iniciais de exportação por conta da valorização do dólar.
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