Pequim (Das agências) O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luís Fernando Furlan, que se encontra em Pequim, disse ontem esperar que o acordo entre Brasil e China seja fechado até hoje. "A conversa que tivemos deixou margem para um entendimento", afirmou o ministro, deixando claro que a delegação brasileira tem uma tarefa difícil a ser cumprida. "É uma negociação que requer uma paciência chinesa." O acordo prevê a restrição voluntária das exportações chinesas, especialmente na área de têxteis e confecções. Uma delegação técnica brasileira está, desde a semana passada, em negociações com as autoridades chinesas. Nesta queda-de-braço, o ministro Furlan espera conseguir pelo menos, de imediato, acordo envolvendo algumas linhas de produto. "Como todo início de negociação, o processo é difícil e é preciso ter paciência. Temos expectativa de conseguir algum resultado, mas provavelmente será menor do que a gente pretende e maior do que eles estão dispostos a dar", disse Furlan.
O ministro foi para a China antes de o Brasil fazer a regulamentação das salvaguardas (barreira comercial). Com esse instrumento, o Brasil poderia impor um limite de importação a um determinado produto chinês ou cobrar uma taxa extra se for comprovado que essa importação afeta a indústria nacional. Essa posição do Brasil foi criticada pelo setor produtivo, que teme que o acordo de autolimitação em que a China se comprometeria a exportar para o Brasil uma quantidade limitada de um determinado produto inviabilize o uso das salvaguardas para setores não incluídos no acordo.
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