A estatal Furnas Centrais Elétricas negou neste domingo (12) ter recebido qualquer informação oficial sobre expulsão de suas atividades no Equador. O diretor de construção da empresa, Márcio Porto, comentou que uma possível expulsão da companhia daquele país não faz muito sentido, tendo em vista a natureza das atividades de Furnas lá. "Não temos técnicos, nem bens patrimoniais, nem representações no Equador. O que nós fizemos no Equador, assim como fazemos no Brasil, foi trabalho de fiscalização de obras", afirmou.

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O executivo rebateu declarações de que a empresa brasileira seria responsável pelo "fracasso" da hidrelétrica de San Francisco, construída pela Odebrecht, e cujo projeto foi fiscalizado pelo consórcio Furnas-Integral, esta última uma empresa equatoriana. A usina, cuja construção foi finalizada no ano passado, está paralisada desde meados deste ano, devido a defeitos técnicos. "Nosso trabalho era fiscalizar a obra e observar se o empreendimento estava sendo feito de acordo com o projeto já aprovado. A fiscalização é isso, é acompanhar a execução de uma obra, se ela está sendo executada de acordo com todas as diretrizes e condições (do projeto)", explicou.

O executivo acrescentou que Furnas não participou da elaboração do projeto e, portanto, não poderia ser responsável por erros nas diretrizes de construção da usina. Além disso, de acordo com Porto, mesmo neste sentido seria um erro culpar apenas Furnas por erros de fiscalização no empreendimento. "No auge dos trabalhos de fiscalização, tivemos, no máximo, três funcionários nossos lá. A empresa equatoriana, a Integral, contou com pelo menos dez (trabalhadores)", observou

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Na última sexta-feira, o presidente do Equador, Rafael Correa, teria afirmado em programa de televisão que estaria expulsando Furnas de seu país, devido a falhas da empresa brasileira no trabalho de fiscalização da usina. Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, o presidente classificou a fiscalização da hidrelétrica como "brasileira". O diretor de Furnas informou que o trabalho de fiscalização da unidade de San Francisco foi o primeiro desse tipo, da estatal brasileira, em solo equatoriano.

De acordo com ele, Furnas também participa de outra concorrência para fiscalização do projeto de uma segunda hidrelétrica, a de Toachi Pilatón. Ele negou que a empresa brasileira tenha sido excluída dessa licitação. "O que sabemos até o momento, oficialmente, é que participamos da licitação, oferecemos o menor preço, e estamos aguardando o resultado. Não fomos informados de nada disso (de uma exclusão de Furnas na concorrência de Toachi Pilatón )", afirmou.

Nas últimas semanas, o presidente equatoriano já ameaçou de expulsão outras duas grandes empresas brasileiras: Odebrecht e Petrobras. Correa está interessado em nacionalizar as atividades desenvolvidas por empresas estrangeiras que atuam no país. No caso da Petrobras, porém, Correa voltou atrás em sua postura, após a estatal petrolífera brasileira informar que não tem interesse em se manter como prestadora de serviços no Equador.