Os negócios eletrônicos estão ganhando força no mercado de futuros dos EUA, fomentando o volume de negócios, os lucros e alianças como a megafusão do mês passado de duas das principais bolsas do país, ambas de Chicago, a CME (Chicago Mercantile Exchange) e a CBOT (Chicago Board of Trade).
Muitos veteranos do mercado duvidavam da concretização da transação de 12 bilhões de dólares, que cria o maior mercado mundial de derivativos, mas outros consideravam o casamento inevitável, devido à crescente demanda pena negociação via tela.
"As plataformas eletrônicas nos mercados aumentaram tremendamente o volume e vão continuar impulsionando", disse Richard Sandor, presidente-executivo da Chicago Climate Exchange, uma bolsa completamente eletrônica criada em novembro de 2003.
"Isso se encaixa em um mundo global, no qual as pessoas transacionam 24 horas por dia", disse Sandor, um veterano do mercado futuro de títulos financeiros. "(Os pregões eletrônicos) estão abertos a uma participação muito mais ampla."
A consultoria global Accenture afirmou, em um estudo de 2006, que "a passagem geral para alguma forma de comércio eletrônico tem sido o motor mais significativo da [atual] mudança estrutural."
O pregão eletrônico --sistema que combina ofertas de compra e venda em centrais informatizadas que elimina o corretor-- surgiu há mais de uma década nos mercados europeus, seguindo o histórico "Big Bang" da LSE (Bolsa de Londres), que se informatizou em outubro de 1986.
Mas as bolsas dos EUA ficaram para trás, apegadas à tradição centenária e barulhenta dos pregões feitos aos berros num espaço octogonal, lotado de operadores, chamados "pits" (buracos). É uma forma que surgiu no final do século 19 na Chicago Board of Trade (CBOT), ajudando a colocar a cidade no topo do mercado mundial de futuros ao longo de todo o século seguinte.
Os operadores da CBOT, especialmente os mais velhos, que trabalham com cereais, até recentemente resistiam a qualquer mudança --mesmo que fosse fazer o pregão "lado a lado" com os computadores.
Faz exatamente um ano, em 1o de agosto passado, que os cereais em Chicago foram listados para o pregão eletrônico diurno. Em um ano, o volume cresceu, e agora quase 65 por cento dos contratos para grãos são feitos eletronicamente --há um ano, quando o pregão eletrônico era apenas noturno, essa modalidade atingia apenas 2 por cento do total.
Já a CME (Chicago Mercantile Exchange) foi mais aberta ao comércio eletrônico ao longo dos anos, lançando em 1992 seu explosivo sistema eletrônico Globex, que em 2000 já tinha crescido para 34,5 milhões de contratos, alta de 114 por cento em relação ao ano anterior.
Foi só o começo. Em 2006, o Globex superava 1 bilhão de contratos, ou 72 por cento de tudo que foi comercializado na CME.
Com a fusão das duas Bolsas, a nova entidade Chicago Mercantile Exchange Group Inc vai responder por mais de 85 por cento de todo o volume do mercado futuro dos EUA.
"O pregão eletrônico realmente vem sendo o ímpeto por trás do crescimento de volume que vem decolando nos últimos anos", disse Patrick O'Shaughnessy, analista de investimentos da Morningstar Inc., de Chicago. "Nos próximos cinco anos, ainda vamos ver o volume crescer cerca de 15 por cento ao ano".
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