Fusão da TAM com chilena deve aumentar o número de turistas latinos no Brasil| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

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Acordo cria nó em alianças das empresas

O anúncio da fusão deve criar um impasse no que diz respeito às alianças estratégicas de TAM e LAN, segundo o analista e professor de mercadologia e gestão de empresa aérea da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Mauro Martins. No mês de maio, a TAM anunciou seu ingresso na Star Alliance – maior aliança de companhias aéreas do mundo, formada por 28 empresas, entre elas a Air Canada, Lufthansa e United Airlines –, processo de adesão que levou cerca de três anos para ser aprovado. Já a LAN, é uma das fundadoras da One World, aliança concorrente formada por American Airlines, a British Airways, a Canadian Airlines, a Cathay Pacific e a Qantas.

Solução

"Na prática, as duas alianças não se falam e, uma vez que a empresa adere a uma delas, não é um processo tão simples de sair", afirma o especialista."A arquitetura da fusão mostra que a LAN será mais forte que a TAM, mas é preciso acompanhar como esse impasse será resolvido", diz.

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A fusão entre a TAM e a chilena LAN, anunciada na sexta-feira, deve elevar a oferta de rotas internacionais para o consumidor brasileiro, segundo especialistas. Um exemplo são os voos para Equador e Colômbia, destinos não cobertos pela TAM atualmente e grandes mercados da LAN. "A TAM vai ter um ganho de malha significativo", diz Euler Júnior, consultor em aviação civil. "Em comodidade, o passageiro brasileiro deve ganhar muito. Vejo a fusão como positiva para o consumidor", afirma o analista.

A Latam, como será chamada a holding que controlará LAN e TAM, chega inclusive para competir com companhias europeias que possuem conexões em cidades latino-americanas. "Nasce uma gigante. Certamente a América do Sul ganha uma empresa internacional, capaz de competir globalmente com as principais empresas do mundo. O nível dessa fusão só perde, em magnitude, à fusão que criou a Ambev", diz o analista e professor de mercadologia e gestão de empresa aérea da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Mauro Martins.

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Mercado nacional

Dentro do país, ainda é incerto como a Gol e outras empresas menores devem reagir. "Todos foram pegos de surpresa. Certamente a Gol e a Azul deverão antecipar movimentos estratégicos e, obrigatoriamente, terão de ser mais agressivas para minimizar o impacto", prevê Martins. Para Euler Júnior, o poder de reação da Gol no momento é limitado. "A Gol passa por um momento complicado, sem muita expectativa de aumento da malha internacional. Não vejo como ela possa incomodar essa fusão. No curto prazo, nenhuma empresa brasileira poderia", avalia.

Histórico

O movimento encerra um plano de mais de uma década da LAN em atuar no país. A empresa chegou a investir na Varig e era tida pelo mercado como a maior interessada na compra da empresa, mas perdeu para a Gol. "A LAN já atua em praticamente todos os países do Cone Sul e não poderia ficar de fora do maior mercado da região, o Brasil", ressalta Martins.

Outro impacto da fusão deve ser o aumento de turistas latinos no Brasil. "Não há dúvida de que haverá um incremento do turismo latino-americano no Brasil. Por outro lado, isso também preocupa, porque a situação dos aeroportos brasileiros hoje é desastrosa", diz Júnior.

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Tamanho

Para o professor da UTP, a dimensão da nova companhia não pode ser medida apenas pela soma dos ativos das duas empresas – algo em torno de R$ 9 bilhões. A frota conjunta de 300 aeronaves da Latam, explica o especialista, equivale a 500 aviões de uma companhia americana, dados os níveis de ocupação e horas de voo. "A chilena tem expertise no mercado, níveis altíssimos de ocupação e estratégias de mercado competitivas e agressivas", considera. "Quando forem negociar uma renovação de frota, não estarão falando de meia dúzia de aeronaves, mas, sim, provavelmente, uma centena. Isso traz uma enorme poder de negociação: cai o preço da aeronave, cai o preço do seguro", exemplifica.

Hoje, a frota da TAM é formada quase totalmente por modelos da Airbus, enquanto a LAN possui 60% de sua frota formada por Airbus e 40% por modelos da Boeing. "A Boeing, certamente, terá aí uma chance de expandir seu mercado e, para convencer a empresa a ‘migrar’ para seus modelos, vai oferecer vantagens", diz Martins.