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Ferrovia

Fusão não é a única alternativa, diz ALL

Fusão teria o apoio do governo federal, que cobra mais investimentos da ALL | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Fusão teria o apoio do governo federal, que cobra mais investimentos da ALL (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)

Por meio de dois comunicados, América Latina Logística (ALL) e Cosan confirmaram que estão em negociações. A ALL divulgou nota ontem em que informa que não é possível antever neste momento o resultado dessas conversas, "sendo um eventual arranjo societário com a Rumo apenas uma das potenciais alternativas, dentre outras possíveis, ainda em discussão entre as partes". A Cosan foi mais enfática e informou, por meio de nota, que sua controlada, a Rumo Logística, tem mantido tratativas com a ALL sobre possível combinação de atividades.

A ALL reafirmou que não houve alteração dos planos de investimentos, independentemente da relação comercial com a Rumo. As duas empresas estão envolvidas em um processo de arbitragem sobre um contrato, assinado em 2009, para transporte de açúcar até o porto de Santos. A concessionária de ferrovia afirma ainda que está "adimplente com as obrigações" dos contratos de concessão e com o marco regulatório atual das ferrovias.

A possibilidade de uma fusão entre a ALL e a Rumo surgiu em meio a um fogo cruzado que a concessionária de ferrovia vem enfrentando, acusada de má prestação de serviços e pressionada pelo governo para acelerar investimentos. A negociação teria o apoio do Palácio do Planalto.

A Cosan afirmou ainda que até o momento não houve formalização de uma proposta. O grupo, que foi fundado em 1936, atua em vários setores. Além da Rumo Logística, detém a Raízen Energia e a Raízen Combustíveis, a Comgás, a Cosan Lubrificantes, a Radar (que atua na área imobiliária agrícola) e a Cosan Logística. A empresa já havia tentado entrar no bloco de controle da ALL em fevereiro de 2012, mas as negociações não avançaram. Na época, a Cosan ofereceu quase R$ 900 milhões para comprar 38,9 milhões de ações da ALL, o equivalente a 5,6% do capital total da companhia.

Mais dinheiro

Para Luiz Augusto Pacheco, gestor de portfólio da Inva Capital, o negócio pode ser bom para a ALL, que teria dinheiro para investir em ferrovias. "Sem essa fusão eles teriam que fazer dívida ou aumento de capital, e nenhuma das duas opções seria bem recebida pelo mercado", diz.

Para ele, o principal entrave ao negócio, no entanto, seria administrar as vontades dos controladores de ambas as empresas. Para a corretora Concórdia, a possibilidade de entrada da Cosan no capital da ALL, no passado recente, causou bastante desconforto por parte dos acionistas da operadora ferroviária. Segundo a corretora, a falta de clareza sobre o que vem ocorrendo entre as partes deve aumentar a volatilidade dos papéis da ALL na bolsa. Ontem, as ações da ALL caíram 2,71%, para R$ 6,81.

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