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Aposta em economia melhor faz empresas irem às compras: fusões crescem 26% no ano

Fusões e aquisições

As fusões e aquisições de empresas no Brasil aumentaram 26% no primeiro semestre do ano, comparativamente a igual período de 2018, aponta a PwC. Os números surpreenderam as expectativas iniciais e são os melhores em cinco anos. “O início do processo de aprovação da Reforma da Previdência sinaliza que há um otimismo em relação ao futuro da economia”, diz Leonardo Dell’Oso, sócio da empresa de auditoria e consultoria.

Os dois segmentos que puxaram a expansão foram os de tecnologia da informação, que cresceu 76%, e serviços públicos, onde as operações de fusão e aquisição dobraram em relação ao ano passado. Juntas, elas responderam por duas em cada cinco transações. As transações ficaram concentradas no Sul e Sudeste, onde ocorreram quatro em cada cinco operações.

Segundo Dell’Oso, há um movimento de consolidação no segmento de TI. “Muitas empresas estão otimizando processos e há o surgimento de novas tecnologias e novos negócios são incorporados por se adequarem ao fit de negócios dos compradores.” É o caso da VTEX, empresa de soluções para e-commerce, que, em junho adquiriu a Simples, de Recife, que oferece serviço de e-commerce com sistema de pagamento integrado.

Ricardo Schmitt, diretor-executivo da Stone Capital Investimentos, ressalta que na TI há poucas empresas brasileiras de grande porte listadas na Bolsa. “É um segmento caracterizado por companhias que atuam em nichos de mercado e que operam regionalmente.”

Os negócios na área de serviços públicos foram impulsionados pelo ambiente favorável à desestatização existente na equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Schmitt, esta postura deve continuar se refletindo no resultado dos próximos meses.

Estrangeiros querem mais vigor na economia

O maior volume de operações no primeiro semestre foi feito por empresas brasileiras. As que envolvem estrangeiras aumentaram 9%, atingindo 111 negociações. Mesmo com a alta, o número é o segundo pior desde 2010.

O sócio da PwC diz que a menor presença de estrangeiros nas operações de fusão e aquisição se deve a uma questão de timing. “Enquanto os brasileiros apostam na recuperação da atividade econômica, os estrangeiros esperam que ela se concretize para poderem investir.”

Schmitt aponta que antes de entrar com mais vigor, o capital estrangeiro quer ver resultados com maior vigor nos principais indicadores brasileiros. “Eles esperam um retorno com qualidade.”

Expectativas favoráveis para as fusões em 2019

As expectativas para o resto do ano são bem favoráveis. A PwC avalia que este ano pode encerrar com mais de 700 transações, o que faria de 2019 o melhor ano em fusões e aquisições desde 2015.

Um bom termômetro para isso, segundo o executivo da Stone Capital, é o desempenho do Ibovespa, que está na faixa dos 100 mil pontos. “É lá que, muitas vezes, se busca dinheiro para financiar a expansão.”

Outros fatores que podem contribuir para que seja batida a marca das 700 operações, segundo Dell’Oso, da PwC, são as grandes chances de concretização da reforma previdenciária, o início da tramitação da tributária e a aprovação de medidas como a MP da Liberdade Econômica. “É um movimento na tendência de facilitar os negócios, formalizar empreendimentos e viabilizar mais operações de fusão e aquisição.”

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As oportunidades não estão restritas às áreas de tecnologia da informação ou de serviços públicos. Schmitt acredita que outras áreas que devem ter boas performances são as de infraestrutura/logística, meios de pagamento e agrícolas.

“Há grandes necessidades no segmento de infraestrutura. Grandes empresas que atuam no segmento estão passando por processos de recuperação judicial. Nos meios de pagamento, há a guerra das maquininhas e no agrícola, há uma tendência à consolidação das revendas de máquinas agrícolas e de insumos”, diz o executivo da Stone Capital.

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