Gabriel Galípolo reafirmou que autarquia vai seguir buscando centro da meta de inflação, de 3%.| Foto: Pedro França/Agência Senado
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O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmou nesta quinta (28) que a taxa básica de juros seguirá alta e sendo calibrada enquanto for preciso para segurar o avanço da inflação, que já superou o teto da meta de 4,5% previsto para o ano. A expectativa, de acordo com o último Relatório Focus, é de 4,63%.

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O economista afirmou, ainda, que o Banco Central não interfere na condução da política fiscal do país, mas deve explicar ao governo o comportamento dos mercados financeiros.

“O BC sempre é chamado quando se quer ter o que acontece no mercado. O BC quando é chamado pelo governo não vai falar o que deve ser feito”, afirmou em um evento em São Paulo reforçando que a autoridade monetária deve limitar-se às suas atribuições.

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Galípolo elogiou o trabalho conjunto do Ministério da Fazenda e da Casa Civil na formulação do pacote fiscal anunciado pelo governo na quarta (27) e detalhado mais cedo, classificando-o como essencial para a construção de consensos. "Tenho fé no meu amigo Fernando Haddad", pontuou.

Ele reiterou que, embora o Banco Central colabore com informações de mercado, não ultrapassa sua função institucional. Sobre a taxa de juros, ele ressaltou a necessidade de mantê-la em um patamar contracionista para atingir a meta de inflação, atualmente fixada em 3%.

"Isso [a busca pela meta] pode se dar em doses diferentes, por mais custos, por menos custos, mas esse é um mandato do Banco Central em que a gente segue firme, recebe esse objetivo de perseguição da meta. Ainda que seja, muitas vezes, por um motivo que, para muita gente, pode ser estranho", disse enfatizando que cabe ao Comitê de Política Monetária (Copom) calibrar a Selic de forma restritiva pelo tempo necessário.

O diretor também comentou a resiliência da economia diante de juros elevados, classificando-a como um desafio a ser enfrentado pela geração atual. Segundo ele, é essencial buscar práticas econômicas mais alinhadas aos padrões globais, considerando aspectos como desindexação e políticas fiscais.

“Enfrentar isso não tem bala de prata, envolve analisar todos os tipos de dissonâncias que existem para o que são as melhores práticas globais”, observou.

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Galípolo destacou ainda o impacto dos juros altos sobre o Tesouro Nacional, reconhecendo que essa situação impõe custos significativos à gestão fiscal.

“Este convívio com taxa de juros mais alta se faz sentir, sim, em um peso maior sobre o Tesouro”, pontuando que é preciso debater como normalizar as políticas econômicas para aumentar a eficiência e reduzir a dose necessária de ajuste.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]