Líderes financeiros das principais economias do mundo e dos países emergentes expressaram confiança nas perspectivas de crescimento neste sábado, mas tensões surgiram quando o assunto foi taxa de câmbio e desequilíbrios comerciais.

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Ministros de Finanças e autoridades de bancos centrais do Grupo dos 20 (G20) se reuniram para tratar de vários assuntos econômicos, desde as negociações comerciais paralisadas, ao preço do petróleo e à moeda chinesa.

O Secretário do Tesouro australiano Peter Costello, cujo país está sediando o evento, disse que os ministros estavam otimistas porque Estados Unidos, Europa e Japão estavam crescendo.

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- Houve um consenso de que as perspectivas para a economia mundial são muito fortes - disse Costello a repórteres depois de um intervalo nas sessões do primeiro dia.

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, disse que estava ocorrendo um crescimento global saudável, mas ressaltou a necessidade de controle contínuo da inflação.

Enquanto ministros e presidentes de bancos centrais se reuniam, um pequeno grupo de manifestantes entrou em choque com a polícia.

Cerca de cinco mil pessoas fizeram uma passeata nas ruas gritando frases como "Pare o G20".

Os chefes de finanças não se desentenderam publicamente, mas houve sinais de tensão em relação ao assunto mais controverso - a moeda chinesa e os crescentes desequilíbrios comerciais.

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Críticos da China, particularmente os norte-americanos, acusaram o governo chinês de manter a moeda injustamente baixa para aumentar as exportações, o que provoca desequilíbrios comerciais.

A China valorizou o iuan em 2,1% em julho de 2005 e o desatrelou do dólar depois de uma década. Desde então, a moeda valorizou-se outros 3%.

Mas Costello disse que nenhum país afirmou acreditar que a moeda estivesse subvalorizada, um sinal de que a China não aceitou as queixas de que o iuan estivesse muito baixo.

Inflação e petróleo

Rato, do FMI, focou no risco de inflação, apesar da queda do preço do petróleo nos últimos meses.

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- Vemos uma necessidade de que presidentes de bancos centrais, não apenas nos países industrializados, mas certamente nos países emergentes, sejam extremamente vigilantes quanto às pressões inflacionárias.

Rato disse não ver nenhum sinal de que os preços do petróleo cairiam em breve, um alerta salientado por relatório do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers que estima que o preço médio do barril pode chegar a US$ 72 no ano que vem, bem acima dos níveis atuais, que estão abaixo de US$ 60.

Os preços do petróleo bruto, influenciados em parte pela rápida industrialização na China e na Índia, atingiram o recorde de quase US$ 80 o barril este ano, antes de voltar a cair.

Rato disse também que quanto mais tempo os preços ficarem altos, maiores os riscos inflacionários.

- Vemos uma demanda muito grande, e a demanda vai continuar grande, não apenas na China e na Índia, mas nos países em desenvolvimento também.

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O FMI prevê um crescimento global de 5,1% em 2006 e de 4,9% em 2007, marcando o quinto ano do melhor crescimento econômico em uma geração.