As 20 maiores economias do mundo estão trabalhando para firmar um acordo de troca automática de informações tributárias entre si a partir de 2018. Essa é uma das propostas que serão discutidas na cúpula do G20, em Brisbane, na Austrália, que acontece entre 15 e 16 de novembro.
Segundo o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, embaixador Carlos Márcio Cozendey, o objetivo da proposta é evitar fuga de capitais, elisão fiscal e fraudes. Serão discutidas outras medidas para evitar que grandes multinacionais transfiram seus lucros dos países onde deveriam ser taxados para paraísos fiscais, onde são pouco taxados.
Essas medidas pensadas pelo grupo vão coibir manobras como a dos bancos Itaú e Bradesco, que deixaram de pagar R$ 200 milhões em impostos por meio de uma operação em Luxemburgo. "No mundo globalizado, é preciso cooperação crescente entre países para facilitar investimentos em nível global e evitar uma dupla não tributação. Você evita que as multinacionais não sejam taxadas em nenhum lugar", afirmou o embaixador.
Os países do G20 também devem adotar novos compromissos de regulação do mercado financeiro. É possível que assinem um acordo com exigências adicionais aos bancos para que, em momentos de dificuldade, não tenham que recorrer a recursos públicos para cobrir dívidas.
Crescimento
A tônica do encontro será a necessidade de retomar o crescimento global e pensar em ações que poderiam tirar o mundo da crise econômica, "que já se prolongou demasiadamente", nas palavras de Cozendey.
Os países do G20 se comprometeram, em fevereiro, a levar propostas que induzam a economia mundial a crescer dois pontos percentuais a mais.
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