A maior empresa do Brasil deve mudar de comando no mês que vem. O atual presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, passará o cargo para a diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster, no próximo dia 13 de fevereiro, na reunião do Conselho Administrativo da estatal, de acordo com informação da Globonews, divulgada na noite de sábado. Segundo as informações da emissora, Gabrielli, que está há quase sete anos à frente da companhia petrolífera, deve assumir um cargo no governo Jaques Wagner e, depois, disputar as eleições em 2014 para o governo da Bahia ou para o Senado. O cargo de Graça como é conhecida , por sua vez, terá uma "solução interna", ainda de acordo com a Globonews. Procurada pela reportagem, a Petrobras não confirmou a informação.
A saída de Gabrielli já é alvo de especulações desde o ano passado, por suas aspirações políticas. Também era esperada sua substituição por Graça. Isso porque a diretora tem perfil técnico, bem ao gosto da presidente Dilma Rousseff, de quem é amiga. Engenheira química com pós-graduação em engenharia nuclear pela UFRJ, ela é considerada competente, leal a seus superiores, exigente e às vezes pouco afável nas negociações o que faz com que muitos a vejam como uma pessoa dura. Funcionária de carreira, comandou o programa de biodiesel da estatal.
A história de Graça reflete diversos pioneirismos. Ela entrou na estatal como estagiária em 1978 e chegou a ser uma das primeiras mulheres a trabalhar "embarcada" nas plataformas de petróleo em alto- mar. Também ocupou diversos postos de prestígio na companhia e no setor energético. Esteve à frente, por exemplo, da BR Distribuidora e da Petroquisa.
Além disso, já esteve na administração federal: foi titular da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia quando Dilma era a titular da pasta. Ali, coordenou o Prominp, programa de qualificação da indústria do petróleo, e o programa de biodiesel do governo.
Mas foi no retorno à Petrobras ela voltou para substituir Ildo Sauer na diretoria de Gás onde se fez mais conhecida e mostrou alguns traços de sua personalidade. Além de estar totalmente envolvida com o desenvolvimento do pré-sal, foi muito combativa na chamada "crise do gás", quando Brasil e Bolívia divergiram sobre a quantidade e o preço de combustível do país andino que viria para o Brasil.
Já Gabrielli entrou na Petrobras em 2003, como diretor Financeiro e de Relações com Investidores, por indicação do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, sua nomeação causou apreensão no mercado, que considerava seu perfil acadêmico demais para a função. No entanto, Gabrielli conseguiu quebrar a desconfiança dos investidores e assumiu a presidência da Petrobras em julho de 2005, mesmo ano em que ganhou do jornal The New York Times, o título de "Melhor Executivo de Finanças da América Latina" e o troféu "Equilibrista", do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef). Gabrielli é formado em Economia pela Universidade Federal da Bahia e fez doutorado na Universidade de Boston.