O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli foi apontado na Operação Lava Jato como responsável direto pela compra da S uzano Petroquímica pela estatal, em 2007, por valor “bem superior ao mínimo fixado” por órgão interno da estatal e por bancos de assessoramento. O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa afirmou à Operação Lava Jato em um dos termos de sua delação que o valor - de R$ 2,7 bilhões - pago pela Petrobras na compra da Suzano decorreu de decisão “unilateral” do ex-presidente, que é ouvido nesta quinta-feira, 12, pela CPI da Petrobrás, no Congresso.
A Petrobras espera começar a operar ao menos mais 12 sondas de perfuração, já contratadas, em 2012. Hoje, a estatal informou ainda que a importação de gasolina deve subir ainda mais em 2012, durante café da manhã com a imprensa, promovido pela companhia.
Costa classificou como uma “operação suspeita” a compra da Suzano Petroquímica e a atuação interna de Gabrielli. Segundo o delator, no processo de compra da Petroquímica Suzano, a Gerência Executiva de Novos Negócios da Petrobras e os bancos que assessoravam a estatal no negócio “estabeleceram um ‘range’, que representaria os limites máximo e mínimo de precificação” da petroquímica, que fica em São Paulo.
“A negociação, contudo, foi fechada em um patamar bem superior ao mínimo fixado no ‘range’, face a uma decisão unilateral do então presidente Sérgio Gabrielli, a respeito da qual ele não forneceu maiores detalhes para os diretores”, afirmou Costa, em sua delação premiada.
A decisão foi comunicada “em uma reunião de caráter interno da Petrobrás na cidade de São Paulo, convocada especificamente para tratar da aquisição”, segundo afirmou o ex-diretor de Abastecimento. “O valor foi posteriormente aceito pela Petroquímica Suzano, e a aquisição referendada pela Diretoria, em uma reunião de cunho formal, e pelo Conselho (de Administração) da Petrobrás”, contou Costa.
Foram pagos pela unidade, na época, R$ 2,7 bilhões. Um dia antes, seu valor na bolsa era de R$ 1,2 bilhão. O delator disse não lembrar o valor do negócio apresentado por Gabrielli, nem citou pagamentos de propina no caso, mas disse que o processo foi “suspeito”.
Na época, Gabrielli defendeu a compra em audiência pública e afirmou que a Petrobrás comprou a Suzano Petroquímica, entre outros motivos, para resolver o impasse que havia entre a Suzano e a Unipar nas negociações para a consolidação do Pólo Petroquímico do Sudeste.
Sérgio Gabrielli tem negado reiteradamente envolvimento em atos ilícitos no âmbito da Petrobrás. Sempre que instado a se manifestar sobre suspeitas que apontam para sua gestão no comando da estatal, Gabrielli repudia a prática de irregularidades.
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