O governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), criticou ontem o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, por suas declarações a respeito dos royalties do petróleo. Na opinião do governador, Gabrielli foi "indelicado" ao se mostrar favorável à alteração na distribuição dos recursos, prejudicando o estado onde está a sede da Petrobras. Cabral afirmou ainda ser contrário a alteração nos contratos petrolíferos no país.
"Gabrielli não devia falar sobre isso. A Petrobras tem sua sede no Rio. Ele foi indelicado", disse o governador, durante o evento Invest in Rio para investidores estrangeiros, no Plaza Hotel, em Nova Iorque. No dia anterior, em São Paulo, o presidente da Petrobras havia afirmado que considera injusta a distribuição atual dos royalties, que dá 80,9% dos recursos para o Rio.
Gabrielli, porém, se disse contrário às mudanças propostas na emenda Ibsen, que redistribui os recursos de acordo com critérios do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). "A emenda trata o estado onde está localizada a atividade de forma igual a outros estados, mas acho que precisa haver uma diferenciação porque os royalties são um pagamento pelo produto que vai se exaurir naquela localidade", destacou o executivo,
No evento de ontem, Cabral voltou a afirmar que acredita que o Congresso reverta a situação. A emenda foi aprovada na Câmara dos Deputados e os governos do Rio e Espírito Santo se esforçam para convencer os senadores a buscar outra alternativa. "Tenho certeza de que os deputados vão refletir sobre o que fizeram", reforçou, acrescentando que a mudança seria um equívoco.
Pela primeira vez desde o início da discussão sobre os royalties, o governador do Rio retomou o discurso contrário às mudanças propostas pelo governo no marco regulatório do setor de petróleo. "Esse modelo atual é um modelo muito bom. É um modelo que deu certo, transparente. Eu sou contra mudar", disse o governador, referindo-se à criação de contratos de partilha para o pré-sal.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast