Além de ser todo lacrado, de não ter uma porta USB sequer, a maior crítica que se faz ao iPad é o fato de ele ser unitarefa. Você não consegue usar um aplicativo sem fechar outro. Isso já tem prazo para ser resolvido: o OS4, próximo sistema operacional do iPad e do iPhone, já em testes e previsto para lançamento em julho, resolve essa questão.
Dá para imaginar o bafafá que o iPad multitarefa vai gerar. Porém, para mim, boa parte do charme desse novo brinquedo está em ele ser unitarefa. Até imagino que a decisão de lançar o aparelho unitarefa tomada como o grande erro da Apple seja totalmente baseada num pensamento racional: com essa engenharia, gasta-se menos bateria e os aplicativos rodam mais rapidamente. Só que ela desencadeia um processo paralelo acidental que contribui bastante para a distinção do iPad entre todos os equipamentos que existem hoje.
Nestes tempos de ultraconexão, uma das melhores coisas é se permitir ao momento de desconexão. Nesse sentido, é bom ter um aparelho que faça apenas uma coisa de cada vez, como nos velhos tempos.
Você pode ler um livro ou um gibi sem nenhum chato gritando no MSN ou no Gtalk. Existe a hora de ver e-mails, a hora de navegar, a hora de ler, a hora de ver suas fotos, de ver um filme ou de jogar um game.
É justamente por requerer essa atenção mais exclusiva que o iPad se diferencia do computador e do celular. Adiei ter meu primeiro iPhone por não gostar da ideia de estar ouvindo música e ser interrompido por um telefonema. No iPad, que definitivamente não é bom para ouvir música, você consegue ter essa privacidade tecnológica e ver um filme ou ler um texto mais longo sem que o aparelho faça uma coisa qualquer para desviar a sua atenção. Para quem é de uma geração anterior à multitask, é quase um alívio poder recuperar esse tempo monogâmico.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast