Mesmo sem confirmar a possível indicação do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para a presidência da instituição, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que o nome do diretor “está em alta”.
“Galípolo é um nome que está em alta. Eu não sei se vai ser. Não sou eu quem escolho seguramente, é o presidente da República e o ministro da Fazenda. Eu sei que ele é uma pessoa que se relaciona bem com a equipe atual do Banco Central”, disse o senador em entrevista à GloboNews, nesta quarta-feira (21).
Segundo o senador, se o presidente Lula (PT) indicar Galípolo para o cargo, o diretor não deverá enfrentar problemas para aprovação no Senado.
Para Jaques Wagner, o ideal seria que a indicação de Galípolo saísse antes das eleições municipais.
A possível indicação de Galípolo tem sido vista como uma estratégia do presidente Lula (PT), já que como presidente do BC, Galípolo poderia modificar a política monetária e interferir para baixar a taxa básica de juros.
Acontece que em meio à crescente expectativa sobre a indicação, Galípolo tem se mostrado alinhado com a atual política monetária do banco, que tem sido alvo constante de críticas de Lula, de membros do governo e do PT.
Críticas
Na semana passada, o PT emitiu uma nota oficial criticando Galípolo por uma declaração do dia anterior em que o diretor do BC disse que o aumento da taxa Selic não está descartado.
A fala de Galípolo converge com declarações do atual presidente do banco, Roberto Campos Neto, que tem defendido a possibilidade do aumento da taxa de juros e a união dos diretores nas decisões.
Ao participar de um evento do BTG Pactual, nesta terça-feira (20), Campos Neto disse que o BC que precisa “recuperar a credibilidade” após a votação dividida no Comitê de Política Monetária (Copom) que definiu corte de 0,25% na taxa Selic, que foi fixada 10,5% ao ano.
Em maio, os quatro diretores do BC indicados pelo presidente Lula (PT) se manifestaram pelo corte de 0,5 pontos percentuais na taxa básica de juros. Outros cinco diretores votaram pelo corte de 0,25%.
Segundo Campos Neto, após o impasse de maio no Copom, os diretores têm tomado decisões de forma unânime.
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