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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (29) que seu substituto enfrentará pressão, assim como ele, no comando da autoridade monetária.
O mandato de Campos Neto termina no final deste ano. O presidente Lula (PT) indicou Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC, para ocupar a vaga.
“Vai passar por pressão, como eu passei. O que eu acho importante entender é que a institucionalidade [do Banco Central] está avançando. Precisamos tirar o Banco Central desta polarização”, disse Campos Neto durante o evento promovido pela CNN Brasil.
Ele destacou que a pressão "faz parte". Galípolo era o principal cotado para assumir o comando do BC. A indicação foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta (28).
O presidente do BC reforçou que espera que seu sucessor não seja julgado "pela camisa, nem pelo jantar, nem pelo evento que participou", mas sim por suas "decisões técnicas".
Campos Neto é alvo recorrente de críticas de Lula. O mandatário considera o presidente da autoridade monetária um “adversário político e ideológico”.
O chefe do BC disse ainda que aprendeu com seu antecessor, Ilan Goldfajn, que "não tem calmaria no Banco Central". Nesta quarta (28), ele parabenizou Galípolo pela indicação e ressaltou que "tem trabalhado de forma harmônica e construtiva” com o diretor desde a sua chegada ao Banco Central.
Se for aprovado pelo Senado, o indicado de Lula será o presidente da autarquia entre 2025 e 2028. "Após a sabatina e a aprovação pelos senadores, a transição dos mandatos será feita da maneira mais suave possível, preservando a missão da instituição", disse Campos Neto, em nota.