O novo jogo de estratégia da Sierra volta quase 20 anos na história para perguntar: e se os russos tivessem invadido os Estados Unidos durante a Guerra Fria? Enquanto você pensa na resposta, os moradores de Seattle são surpreendidos pelos ataques do exército vermelho.
"World in Conflict" tem suas limitações, mas consegue traçar um cenário envolvente para um conflito ideológico que nunca virou guerra de fato. Sem apelar para a II Guerra Mundial e nem arriscar um contexto futurista, o jogo inova ao incorporar à batalha um elemento geralmente ignorado pelos jogos de Guerra: os alvos civis. Confira no Baixatudo a versão demo do jogo
Lá estão os moradores fugindo de casa, atravessando a ponte durante bombardeios e se escondendo em hospitais até que a cavalaria apareça. Numa apresentação entre duas missões, por exemplo, uma garotinha abandona a bicicleta em que passeia e começa a observar a chuva de paraquedistas que despenca do céu.
Em tempo real
"World in Conflict" está em sintonia com os mais recentes jogos do gênero, como "Command & Conquer 3". O jogo tem comandos simples, seja para controlar a visão de câmera ou comandar exércitos e acionar artilharias. Tanques de guerra, helicópteros e soldados têm suas próprias habilidades especiais, que podem fazer diferença se usados corretamente.
O visual do jogo ajuda a construir um cenário de desespero. Pára-quedas aparecem por todos os lados do céu, que quase sempre é uma cortina de fumaça escura pela qual cruzam tiros e aviões. Quando tanques avançam pela cidade, derrubam cercas, postes e árvores que estiverem pelo caminho. Explosões e destroços acabam parecendo manifestações da natureza, de tão comuns.
Ação restrita
"World in Conflict" oferece ação constante, mas não permite estratégias muito avançadas. As missões são informadas ao jogador por um comandante, e então o campo de batalha se restringe aos objetivos que estiverem ativos em determinado momento. Se a missão for defender uma ponte, o jogador só poderá organizar suas tropas numa região próxima a ela.
Limitações como essa tornam o jogo mais fácil, ao mesmo tempo em que abandonam a emoção de ter um vasto campo de ação, aberto a imprevisibilidades.
O modo de campanha de "World in Conflict" coloca o jogador como tenente Parker, oficial norte-americano encarregado de combater a ofensiva russa. As missões variam entre atacar pontos de controle, defender posições estratégicas e, claro, prestar ajuda aos civis norte-americanos. Você deve escoltá-los do hospital e salvar reféns, por exemplo.
Para disputas mais dinâmicas, existe o modo on-line, com quatro opções de jogo e três exércitos para escolher: EUA, Rússia e OTAN. Até 16 jogadores podem se conectar em cada partida.
"World in Conflict" está longe de revolucionar o gênero, mas prova que é possível buscar novos temas para fazer jogos de guerra competentes.