Dezoito grandes corretoras e bancos de investimento recomendam a compra das ações da Copel negociadas na Bovespa, acreditando que a companhia tem perspectiva de valorização em 2007. A informação foi divulgada em comunicado assinado pelo presidente da Copel, Rubens Ghilardi, baseado em um levantamento da consultoria Thomson Financial. Quatro corretoras ouvidas pela Thomson recomendam "forte compra", dez sugerem "compra" e outras quatro, "manutenção" das ações.

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O cenário favorável do setor elétrico, os ganhos de eficiência da Copel e o arrendamento da usina termelétrica UEG Araucária para a Petrobrás foram citados, por algumas delas, como razões para investir na estatal paranaense. O levantamento reflete a opinião da maioria dos especialistas – o que não significa que a Copel seja unanimidade. Embora a informação não conste do comunicado da Copel, duas das 20 corretoras ouvidas pela Thomson indicaram "underperform" (sugestão de venda) para as ações da Copel: a JP Morgan e a Morgan Stanley.

Na semana passada, analistas ouvidos pela Gazeta do Povo em matéria sobre o setor elétrico também disseram não recomendar a compra de ações da Copel, por questões de cunho político: o temor de "decisões repentinas do governo quanto a descontos na tarifa" – boas para o consumidor mas ruins para os acionistas – e a imprevisibilidade das atitudes do governador Roberto Requião. De resto, não há reclamações em relação aos "fundamentos" da empresa, como sua lucratividade.

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Embora no ano passado a Copel tenha deixado de lado a política de descontos, o tema ainda aparece nos comentários sobre a empresa, mesmo quando as opiniões são favoráveis. Um analista da Planner, corretora que indica "forte compra", diz que a política de tarifas da empresa limita a possibilidade de ganhos. Mesmo assim, a Planner estipula um preço-alvo de R$ 29 para as ações preferenciais (Copel PNB), as mais negociadas da empresa. O preço-alvo, que significa o valor considerado justo, indica uma possível valorização de 17% frente ao preço atual.

O preço-alvo apontado pela corretora Socopa é de R$ 30,50 (valorização de 23%). Seu especialista em energia avalia que o chamado "risco-Requião" já está embutido no preço atual, o que reduz os riscos futuros.

Ele prevê que os reajustes que serão concedidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no meio do ano serão generosos para a Copel, e que a empresa terá forte aumento em sua geração de caixa por conta do arrendamento da UEG Araucária – até o fim deste ano, o valor pago pela Petrobrás pode chegar a R$ 195,6 milhões.

As preferenciais da Copel fecharam o pregão de sexta-feira cotadas a R$ 24,85, com queda de 0,6% no dia e alta de 2,93% na semana. Nos últimos 12 meses, os papéis da companhia subiram 14,8%, abaixo do Ibovespa (principal indicador da bolsa, que subiu 20,1%) e do setor de energia e saneamento (20,8%).