A América Latina Logística (ALL), empresa do setor de transportes com sede em Curitiba, teve no ano passado um lucro líquido de R$ 171 milhões, 14% superior aos R$ 150 milhões obtidos em 2004. De acordo com o balanço divulgado ontem, a evolução da lucratividade ficou alinhada com o avanço das receitas, que subiram 15%, chegando a R$ 1,25 bilhões em 2005. Segundo o presidente da ALL, Bernardo Hees, o resultado ficou dentro do previsto, mas foi afetado pela seca no Sul do país, que provocou a redução na demanda para o transporte de produtos agrícolas, em especial no Rio Grande do Sul.
"Estamos satisfeitos com o resultado porque conseguimos crescer em um cenário difícil", disse Hees. Um dos destaques no balanço da companhia foi a evolução dos ganhos antes do pagamento de impostos, juros e amortizações (chamado de Ebitda no mercado financeiro). Esse indicador subiu de R$ 351 milhões para R$ 482 milhões, uma evolução de 37%. Além da receita maior com a prestação de serviços, influenciou esse resultado uma redução nos custos, como nos gastos com combustíveis, e uma melhor produtividade da malha ferroviária.
Na área de captação de cargas, a ALL teve um acréscimo de 7% no volume de commodities agrícolas transportado, mesmo com a quebra na safra de grãos. Como o problema foi mais agudo no Rio Grande do Sul, a companhia deslocou vagões e locomotivas daquele estado para outras regiões, como o Paraná e Santa Catarina.
A evolução na captação de cargas no segmento industrial foi um pouco menor, de 6%. A companhia destacou em seu balanço os contratos de longo prazo com clientes de grande porte, como Klabin e Sadia.
Finanças
A área financeira da ALL teve em 2005 um desempenho melhor do que em 2004 e influenciou na lucratividade. A empresa fechou o ano passado com aplicações de R$ 987 milhões, o que garantiu uma receita financeira de R$ 174 milhões, quase três vezes maior do que em 2004. Esse aumento compensou um acréscimo de R$ 80 milhões nas despesas financeiras, que foram de R$ 300 milhões em 2005.