O nível de caoticidade tem aumentado significativamente em nosso país e no mundo. Com isso, aumentaram os pedidos de palestra ou até mesmo de ajuda particular sobre o tema caos político/econômico e suas consequências no bolso das pessoas. Cresceu também a procura pela disciplina de Mercado de Operações Financeiras, ministrada por mim na pós-graduação da FAE. Recebo, inclusive, pessoas das áreas de Letras, Psicologia, Medicina, entre outras, que não pretendem fazer uma pós completa, mas sim a referida disciplina de forma avulsa, de tão preocupados que estão em relação ao seu futuro financeiro em meio a tanta turbulência. Logo, sinto que muitas pessoas estão precisando de alguma metodologia que as proteja do caos financeiro mas que mantenha a possibilidade de riqueza no longo prazo, e através desta página posso ajudar um número maior de pessoas.
A metodologia que tenho ensinado para meus alunos da pós e do MBA da FAE consiste na estratégia Barbell de investimentos, incrementada recentemente com uma pequena posição em dólar. O nome Barbell vem de barra de halterofilismo, onde temos pesos colocados em extremos bem opostos. No lado esquerdo temos ativos de baixo risco, e no lado direito temos ativos de alto risco. A estratégia Barbell evita colocar pesos no meio da Barra, onde ficariam os ativos de risco intermediário e que não trazem ganhos tão bons que compensem a tomada de tais riscos.
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Segue adiante como implementar a estratégia de proteção (hedge) sem deixar de enriquecer no longo prazo:
1) Trabalhe com o que realmente gosta. Isso trará brilho aos seus olhos, logo, as chances de ter sucesso são muito grandes.
2) Faça um controle de gastos, de forma que seus gastos sejam menores que suas receitas, logo, sobrará um pouco para investir todo mês, sem exceção. Quem investe um pouco na poupança todo mês acaba desanimando, já que rende muito pouco, e acaba desistindo da disciplina e partindo para o consumo. Portanto, é fundamental incrementar sua educação financeira e aprender a investir em ativos mais rentáveis que possibilitam riqueza ainda em vida. Esta é a cereja do bolo, é a motivação necessária pra você não desistir.
3) Monte primeiro seu colchão de liquidez, que deve conter no mínimo o equivalente a seis meses de seus gastos mensais. Assim, ficará tranquilo em relação a um possível período de seis meses de desemprego. O colchão de liquidez deve ser investido em títulos públicos pós fixados, ou seja, no lado esquerdo da Barra. Caso ocorra uma crise, onde as chances de desemprego e juros altos aumentam, os títulos públicos pós-fixados irão render mais e proteger você.
4) Depois que terminar de construir seu colchão de liquidez, comece a colocar todo mês um pouco mais em títulos públicos pós fixados (lado esquerdo da barra) e um pouco em algum índice diversificado de ações (Ibovespa, ou Bova11, etc., formando o lado direito da barra). São estes ativos que, junto com sua disciplina mensal, farão você rico no longo prazo.
5) Faça rebalanceamentos de acordo com sua idade, perfil de risco, e oportunidades de mercado. Quanto mais idade você tiver, coloque mais peso do lado esquerdo, diminuindo os riscos. Se os juros subirem você ganha no lado esquerdo, mas perde no lado direito (pois a bolsa irá cair), e poderá usar parte dos ganhos do lado esquerdo para comprar mais ações, o que potencializa expressivamente seus ganhos futuros. Se os juros baixarem, você ganhará menos no lado esquerdo, mas ganhará muito no lado direito com a alta das ações, e você poderá resgatar as ações em alta para fazer uma bela viagem ou para investir mais do lado esquerdo. Logo, você ganha sempre, nos dois cenários. Basta ter consciência do que está fazendo, e nunca resgatar ativos que estão momentaneamente em queda. Veja que você sempre terá a faca e o queijo na mão, pois quando precisar de dinheiro sempre terá um dos lados da Barra com lucro e poderá resgatar os ativos deste lado lucrativo, sem prejuízo algum.
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6) Não é essencial, mas você pode melhorar a proteção contra crises (como a que passamos agora), investindo no máximo 20% de seu patrimônio total em um fundo cambial. Assim, se o dólar subir muito, os ganhos no fundo cambial compensam de forma mais rápida as perdas com ações. Eu digo de forma mais rápida porque os títulos pós fixados demoram para ter ganhos maiores em momentos de crise. E se o dólar baixar, os ganhos na bolsa tendem a compensar as perdas no fundo cambial. E, para quem for viajar para o exterior, o investimento em fundo cambial passa a ser essencial.
Agora que já resolveu seu problema com o futuro financeiro, fique mais presente com sua família, amigos, leituras, estudos e trabalho, afinal, são as coisas que realmente importam.
*André Daniel Hayashi, coordenador do MBA Executivo em Finanças e Mercado de Capitais da FAE Business School.
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