O líder do PR na Câmara, deputado Anthony Garotinho (RJ), voltou à tribuna da Casa na tarde desta quinta-feira (9) reafirmou o discurso feito na noite desta quarta-feira (8) que acabou provocando a interrupção da sessão na qual seria votada a Medida Provisória 595, a MP dos Portos. "O melhor que aconteceu para o Brasil foi não ter sido votado aquele arranjo, aquela coisa grotesca", classificou o deputado. Para Garotinho, grupos econômicos atuam no Congresso para evitar mudanças no setor. "O que falei ontem está mantido", reforçou.
Segundo Garotinho, a emenda aglutinativa que seria votada nesta quarta em substituição ao texto aprovado pela Comissão Especial Mista atende a interesses de empresários do setor portuário. Afirmou também que na última semana foram vistos lobistas do setor circulando pelos corredores da Casa, entre eles Daniel Dantas.
Perante um plenário vazio, Garotinho disse que após café da manhã com o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), ficou acertado que ele continuará na liderança da bancada na Casa. Chamando a MP dos Portos de "MP dos Porcos", o parlamentar fluminense afirmou que não impediu a Câmara de realizar a votação, mas que os deputados, "por prudência" não votaram a emenda aglutinativa pois sabem que a denúncia feita por ele é verdadeira.
"É a emenda Tio Patinhas mesmo", reiterou. De acordo com Garotinho, alguns itens da emenda aglutinativa, como as que tratam das questões trabalhistas, são legítimas, porém "o resto é negócio mesmo".
Em tom de ironia, o deputado disse que está aguardando ser chamado ao Conselho de Ética - como pediram alguns parlamentares na sessão de quarta-feira - e que suas denúncias realmente precisam ser apuradas. "Eu quero ser chamado", respondeu aos jornalistas.
Garotinho enfatizou que as informações que dispõe só serão reveladas ao Conselho de Ética, caso seja convocado. "Você acha que eu diria o que disse ontem se eu soubesse só isso?", provocou. Ele negou que tenha comentado nos bastidores sobre supostos pagamentos a parlamentares e não apontou nomes de envolvidos. "Eu não nomeei ninguém. Quem se sentiu ofendido vestiu a carapuça", afirmou.