O empresário Cláudio Petrycoski nunca foi de ficar trancado na sala dirigindo sua empresa. O dono da Atlas Eletrodomésticos, de Pato Branco, é coordenador regional e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), preside a Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste e o sindicato local da indústria metal-mecânica (Sindimetal Sudoeste).
Inquieto, promove e participa de mobilizações da indústria e até de campanhas mais exóticas, como a que implantou o ensino do idioma esperanto em Pato Branco.
Agora ele volta a surpreender, figurando em propaganda veiculada em rede nacional que exalta os resultados de programas do governo federal logo ele, que sempre fez barulho em movimentos de protesto como o "Dia de Luto da Indústria" e o "Para o Brasil DesemPACar". O comercial foi gravado no fim de outubro, nas escadarias do estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Gazeta do Povo Seus colegas empresários não têm "pegado no seu pé" por causa da propaganda?Cláudio Petrycoski Até agora não. Recebi uns três telefonemas de Curitiba, e alguns conversaram comigo aqui em Pato Branco. Só ouvi elogios. Quando recebi o convite, fiquei em dúvida, porque sempre reivindiquei queda dos juros, da carga tributária, incentivos ao setor produtivo, e a propaganda elogia o crescimento econômico. Consultei alguns colegas, líderes empresariais. E eles não viram problema.
E o momento da economia justifica esses elogios?Acredito que sim. Os juros caíram, não tanto quanto gostaríamos, mas já estimulam uma forte expansão do crédito. Está havendo um crescimento, que tem chegado a todas as classes sociais. Tanto que nossa empresa, que vende fogões e lavadoras principalmente para as classes C, D e E, deve fechar o ano com crescimento entre 12% e 15%.
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Araraquara ganha...
As instalações do grupo paranaense Inepar em Araraquara (SP) vão abrigar a sede mundial da fabricante de turbinas e geradores GE Hydro, que pertence à General Electric, terceira maior empresa do mundo. Desde 1998, Inepar e GE Hydro mantém a joint venture GEHI, que atua em geração de energia. A multinacional diz que escolheu o Brasil por sua "grande vocação hidráulica", pela abundância de recursos de engenharia e pelos bons custos locais.
...Curitiba assiste
O investimento de US$ 140 milhões (quase R$ 250 milhões) e os 300 empregos diretos resultantes dessa mudança poderiam ter vindo para o Paraná. Isso porque, até o início da década, a Inepar estava instalada em Curitiba hoje, só a sede administrativa fica por aqui. A GE Hydro pretende ampliar sua capacidade de produção em 50%, tornando-se a maior fábrica de turbinas e geradores da América Latina.
Cartão verde
Será possível andar de carro convencional sem agredir o meio ambiente? A rede de postos de combustível Ipiranga acha que sim. E para isso deve investir R$ 6 milhões, até outubro de 2008, para neutralizar a emissão de carbono dos veículos que abastecerem com o Cartão Ipiranga Carbono Zero, lançado em setembro. Até lá, a expectativa é emitir 150 mil cartões.
Na gaveta
Em meio ao cenário negativo para o setor energético brasileiro, com previsão de alta de preços e escassez de insumos nos próximos anos, permanece na gaveta um projeto de cooperação entre a Copel e a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) para impulsionar investimentos no setor. A proposta, batizada de "Projeto para viabilização de geração de energia elétrica renovável no Paraná", chegou a ser discutida entre governo estadual, Copel e setor industrial, mas foi abortada, segundo algumas fontes do setor, por "falta de vontade política".
Pool frustrado
A proposta previa a cooperação para a geração de energia renovável com baixo impacto ambiental (biomassa, eólica, térmica, etc) com a captação de investimentos por meio da criação de pool de investidores, com cooperação da Fiep e da Copel. Um dos principais objetivos era reduzir o custo da energia para o setor industrial com a otimização da matriz energética e a garantia de fornecimento.
O melhor cenário
A indústria de shopping centers espera crescer nada menos do que 15% neste Natal, em relação ao ano passado. O otimismo se baseia na grande oferta de crédito, no espichado parcelamento das compras, com o juro menor, e no aumento do ganho médio do trabalhador brasileiro. Tudo junto, empurra o consumidor para as lojas. "As pessoas tendem a gastar mais quando estão otimistas em relação ao quadro econômico do país", diz o diretor-executivo da Abrasce, Luiz Fernando Veiga, que representa shoppings de todo o país.
Mais álcool
Junho de 2008 é a data prevista para conclusão do zoneamento agrícola que vai delimitar em todo o país as áreas para plantio de cana-de-açúcar. A garantia é do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. O trabalho que já vem sendo feito há cinco meses tem a coordenação de técnicos da Embrapa e da Unicamp. A meta do governo é dobrar a produção de álcool brasileira de 20 bilhões de litros para 40 bilhões num prazo de sete anos.
Saltos
Outro ponto destacado pelo ministro em visita à Gazeta do Povo: enquanto concorrentes como Estados Unidos e União Européia vêm apresentando taxas de expansão em torno de 8% nas exportações de produtos agrícolas, o Brasil dá saltos, crescendo na faixa dos 16%. Os itens campeões nas exportações são a carne, o complexo soja, o açúcar, o álcool, café e sucos.