A Petrobras confirmou ontem em nota enviada à imprensa que, em cumprimento ao contrato de aquisição de gás boliviano firmado com a estatal boliviana YPFB, e de venda deste mesmo gás, firmado entre Petrobras e distribuidoras do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, o preço do combustível será reajustado em cerca de 10% na origem (Bolívia) e 6% no destino (distribuidoras no Brasil) a partir de 1.º de julho.
O preço definitivo, calculado em função da variação de uma cesta de óleos combustíveis no mercado internacional, será conhecido no início de julho. O reajuste não tem qualquer relação com o decreto do presidente boliviano, Evo Morales, de 1.º de maio, que nacionaliza as reservas de gás natural no país que estavam nas mãos de empresas estrangeiras, entre elas a Petrobras.
Reajuste esperado
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Romero da Silveira, disse que o reajuste a ser repassado pela Petrobras no próximo dia 1.º não surpreende o mercado. "O reajuste é absolutamente esperado e natural, além de já estar previsto nas contas das empresas", afirmou.
Segundo a Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE) ainda não houve solicitação de nenhuma distribuidora para a realização de repasse extra deste reajuste para seus consumidores.
A CSPE também não acredita nesta possibilidade. Ou seja, todas as distribuidoras devem manter a data tradicional de reajuste. No caso da Comgás e da Gás Natural, por exemplo, este repasse só ocorrerá em maio do ano que vem. Já a Gas Brasiliano faz o repasse em dezembro.
Em Porto Alegre, a Companhia de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás) reajustará em 7,5% o gás natural distribuído aos segmentos industrial e veicular. A empresa lembrou que conseguiu absorver, em maio, o aumento de preços. Em 1.º de julho, no entanto, terá de repassar a nova correção feita pela estatal brasileira. No gás comercial e residencial, o impacto será de 4,5%.