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O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, apontou que as áreas de gás, fertilizantes e refino de petróleo da Petrobras serão três das principais obrigações que a nova presidente da estatal, Magda Chambriard, deverá dar atenção após assumir o cargo. O nome dela deve passar por avaliação do Conselho de Administração na sexta (24).
Chambriard foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após demitir Jean Paul Prates na semana passada, em meio a uma fritura que tinha Silveira e Rui Costa, da Casa Civil, como pivôs por diferenças com o senador licenciado.
Silveira diz que conversou com Magda Chambriard por duas horas e meia nesta semana e que ela aceitou assumir a presidência da Petrobras com o objetivo de fazer cumprir as ordens do governo, que é o acionista controlador da estatal.
“Ninguém em sã consciência aceitaria um desafio conhecendo a visão do governo, incluindo a do ministro de Minas e Energia, se tivesse visão diferente. [...] Ela tem outras obrigações com o investidor e com o Brasil: gás, fertilizante, refino”, disse Silveira em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta quarta (22).
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Alexandre Silveira afirmou que a Petrobras precisa ir além de apenas explorar petróleo, mas negou que isso vá contra o discurso ambiental de eliminação dos combustíveis fósseis. Para ele, a transição energética precisa ser feita de maneira “justa e inclusiva”, mas que “ninguém consegue prever em quantos anos vamos poder abrir mão”.
Por outro lado, negou que se fale internamente sobre construir novas refinarias, o que causou um grande prejuízo no passado e que preocupa investidores. Uma delas é a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que estava orçada em US$ 2 bilhões, mas consumiu ao menos US$ 18,5 bilhões e foi um dos pivôs da Operação Lava Jato.
“Ninguém está falando em novas refinarias, estamos falando, no mínimo, em ter as nossas refinarias”, disse ressaltando que não está descartada a recompra de refinarias já vendidas.
Apesar dos casos de corrupção em investimentos feitos pela Petrobras no passado, Silveira afirmou que a política tocada por Lula “estava correta”.
E ressaltou que a empresa vai seguir com o plano de investimento já foi aprovado, que prevê aplicar 72% do montante – ou US$ 73 bilhões – à exploração e produção de petróleo, sendo US$ 7,5 bilhões na Margem Equatorial (que está em disputa com o Ibama), Bacias do Sudeste e outros países.