Cadê a nota?
Semana após semana, a maioria dos postos de Curitiba continua "escondendo" dos pesquisadores da ANP as notas fiscais de compra dos combustíveis. No caso da gasolina, 52 de 95 estabelecimentos consultados não apresentaram o documento. Sem as notas, não há como saber de onde vem o combustível, nem quanto é pago por ele.
Auditoria e multa
O Ministério Público do Paraná informou ontem que ainda não concluiu seu levantamento sobre a evolução das margens de lucro dos postos da cidade. Quanto à multa de R$ 1,2 milhão aplicada ao Sindicombustíveis, a defesa enviada pelo sindicato dos postos ainda está sendo analisada pelo Procon-PR.
O preço da gasolina vendida em Curitiba é o mais alto em pelo menos onze anos. O custo médio nas bombas ao longo do mês de novembro, de R$ 2,84 por litro, ficou bem acima do recorde anterior, de R$ 2,73, registrado em maio do ano passado. Os dados são da ANP, agência reguladora do setor, que divulga as médias mensais desde julho de 2001.
Em relação à média de outubro (R$ 2,48), os preços subiram 14%. A escalada deve se refletir na inflação: a ponderação usada no cálculo do IPCA considera que os gastos com gasolina correspondem a 4,16% do orçamento das famílias de Curitiba e região. O indicador de novembro será conhecido na próxima sexta-feira.
O etanol também subiu entre outubro e novembro cerca de 7%, para R$ 1,96 por litro. Mas, como o reajuste da gasolina foi bem mais forte, o álcool voltou a ser a opção mais vantajosa para os carros flex depois de 16 meses. Seu preço fechou o mês em 69% do custo da gasolina.
Sem queda
Contrariando as expectativas de que os preços pudessem cair um pouco após o forte reajuste feito às vésperas do feriado de Finados, o custo para abastecer o carro com gasolina praticamente não mudou desde então. Na semana passada, o litro estava sendo vendido por uma média de R$ 2,853 em Curitiba, praticamente igual à das duas semanas anteriores. Nos 95 postos visitados pela ANP, o preço mais baixo foi de R$ 2,699 e o mais alto, de R$ 2,949.
Lucro gordo
O preço que as distribuidoras cobram dos postos subiu pela quarta semana seguida, chegando à média de R$ 2,331. Mesmo assim, os revendedores ainda trabalham com uma margem de lucro bastante confortável, em torno de 52 centavos por litro, ou 18,3%. É a margem mais alta dentre as 27 capitais do país na média geral, o índice é de 13,8%. No fim de outubro, antes da disparada dos preços, o lucro dos postos curitibanos, então abaixo de 9%, era o segundo mais baixo.
Usar menos o carro, abastecer com etanol ou trocar de posto, o que você tem feito para fugir do aumento da gasolina? Deixe seu comentário abaixo
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