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Gasolina cai e mantém vantagem sobre etanol

Etanol equivale a 73% do preço da gasolina em Curitiba | Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
Etanol equivale a 73% do preço da gasolina em Curitiba (Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo)

O preço médio do álcool em Curitiba baixou 1 centavo na semana passada, para R$ 2,04 por litro. Mas o combustível vegetal continua em desvantagem em relação à gasolina, cujo valor na bomba está caindo mais rápido. Entre os dias 14 e 20 de abril, o derivado do petróleo foi vendido por uma média de R$ 2,80 o litro, 3 centavos a menos que na semana anterior. Os dados são de pesquisa da ANP, reguladora do setor, que consultou 95 postos da cidade.

Era de se esperar uma queda mais acentuada nos preços do álcool, uma vez que a safra de cana começou a ser colhida no início do mês nas principais regiões produtoras. O problema é que as chuvas atrapalharam a colheita em São Paulo, que concentra mais da metade da produção do combustível. Com isso, os preços nas usinas paulistas, que normalmente estariam baixando nesta época, estão subindo – segundo pesquisa do Cepea/USP, o litro do álcool hidratado ficou 8% mais caro em um mês.

Rendimento

Embora seja mais cara que o etanol, a gasolina se mantém como opção mais econômica para os carros flex. Isso porque seu rendimento no motor, bem mais alto, tem compensado a diferença de preços.

Na semana passada, o álcool estava custando o equivalente a 73% do preço da gasolina em Curitiba – e, segundo testes feitos pelo Inmetro em 230 carros flex à venda no país, o rendimento médio do etanol é de apenas 68% do alcançado pela gasolina. Para boa parte dos automóveis, portanto, a relação de preços tem de cair abaixo de 68% para tornar o álcool mais competitivo.

Desoneração deve ampliar efeito da colheita sobre o mercado

A isenção da cobrança do PIS/Cofins para o etanol poderá resultar, em um primeiro momento, na redução de até 10% no preço do álcool hidratado para o consumidor final, e deverá tornar o combustível mais competitivo. Os ganhos iniciais para os consumidores, contudo, deverão ser apropriados no segundo semestre pelas usinas, que reclamam das pequenas margens de lucro, por conta das condições do mercado.

Os comentários foram feitos antes do final de uma reunião de representantes do setor com a presidente Dilma Rousseff, para discutir a desoneração que vem sendo reivindicada há cerca de dois anos, como forma de estimular o consumo do biocombustível.

"É provável que nestes primeiros meses de safra, devido à pressão de oferta natural que existe, que se transfira este benefício para o consumidor final, o que vai dar uma atratividade muito grande para o etanol na bomba", avaliou o presidente da consultoria Job Economia, Julio Maria Borges. Ele explicou que num primeiro momento a usina vai ganhar muito mais em termos de velocidade de comercialização da safra do que no preço, mas esse cenário tende a mudar posteriormente.

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