Os preços da gasolina no mercado brasileiro estão com defasagem de 15,6% frente aos valores praticados nos Estados Unidos, segundo cálculos feitos nesta quinta-feira (26) pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
O diesel está 19,7% mais barato no mercado brasileiro em relação ao dos EUA, mesmo após dois reajustes realizados pela Petrobras nas refinarias neste ano, de 3,9% e 6%, nos dias 25 de junho e 16 de julho, respectivamente.
A gasolina teve os seus preços reajustados apenas uma vez, em 7,83% nas refinarias, em 25 de junho.
O CBIE calcula semanalmente as diferenças entre os preços praticados no mercado doméstico e no internacional, levando em consideração os valores dos combustíveis nas refinarias do Golfo do México, utilizados como referência, e o câmbio.
Os preços dos combustíveis no mercado americano, por sua vez, flutuam de acordo com as cotações do petróleo.
Novo aumento
Um novo reajuste dos combustíveis não foi descartado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, mesmo após os dois aumentos praticados pela Petrobras em menos de um mês.
A estatal informou no fim de junho que buscaria paridade de preços dos combustíveis entre o mercado doméstico e o internacional nos próximos anos para reforçar seu caixa e impulsionar seus investimentos.
Segundo Lobão, a Petrobras "continua insistindo na necessidade de reajuste" dos preços da gasolina. Mas, segundo o ministro, não há previsão sobre quando um novo aumento seria aplicado.
O ministro disse recentemente que os últimos aumentos no combustível, calibrados de modo que pudessem ser compensados pela Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), acabaram ficando aquém do que a Petrobras precisava.
Um novo aumento da gasolina será, então, repassado ao consumidor, como aconteceu com o óleo diesel, com repasse estimado pela Petrobras de cerca de 4%, após um segundo aumento.
O governo zerou a cobrança da Cide para amenizar o impacto da primeira correção dos preços ao consumidor. O objetivo principal do governo federal, acionista controlador da Petrobras, era manter os preços dos combustíveis sem correção para controle da inflação.
Mas a defasagam acabou provocando grandes perdas para a Petrobras nos últimos trimestres, com as importações de gasolina a valores mais altos subindo vertiginosamente para atender ao mercado nacional, enquanto os preços no mercado interno continuavam mais baixos.
O diesel representa 27% da receita total da Petrobras e a gasolina responde por 13% do faturamento.
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