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Orçamento familiar

Gasto com educação de qualidade não se restringe à mensalidade escolar

Os pais que comprometem mais de 10% do orçamento familiar com a mensalidade escolar dos filhos estão assumindo um risco. Quem avisa é o especialista em finanças pessoais Raphael Cordeiro. "O total de despesas fixas de uma família não deve ultrapassar 70% da renda. Se for mais do que isso, corre-se o risco de gastos eventuais pegarem a família desprevenida", alerta.

Cordeiro lembra, ainda, que não basta olhar apenas o valor da mensalidade, – o gasto com educação inclui também as despesas de transporte, material e uniforme. E não é pouca coisa. "É preciso olhar o custo global da escola e o impacto no orçamento antes de matricular o filho, porque pior é fazer a criança ficar mudando de instituição", avalia. Mas, antes de os pais descartarem a hipótese de custear a educação dos filhos, Cordeiro lembra que educação é um investimento de bons resultados. "A renda aumenta a cada ano de estudo. Mas educação não é só escola. Os pais têm de ensinar os filhos a estudar e mostrar a importância do estudo para eles", afirma.

Do ponto de vista pedagógico, dinheiro não é necessariamente sinônimo de qualidade. "Assim como existem escolas públicas boas, há escolas particulares ruins. Só o fato de ser paga não significa que a escola seja boa. Os dois tipos de ensino têm vantagens e desvantagens", diz a especialista em psicologia escolar Denise de Camargo.

Colocar os filhos em uma escola que a família não terá condições de manter pode gerar ansiedade e frustração para a criança. "Muitos alunos que mudam de escola particular para a pública expressam um sentimento de desamparo, porque estavam acostumadas com um atendimento mais individualizado. Por outro lado, com o tempo elas acabam se tornando mais responsáveis e autônomas", conta.

A especialista destaca que não é só a escola, mas o ambiente escolar que deve ser levado em conta pelos pais. O esforço para manter o filho em um ambiente que não corresponde à realidade financeira da família também exige atenção. "A criança pode se sentir excluída ao conviver com um poder aquisitivo mais alto. Ela vê os colegas consumirem coisas que a família dela não tem condições de comprar e se sente diminuída. As escolas particulares são mais fechadas em classes sociais, e a pública acaba oferecendo um ambiente mais democrático", afirma Denise.

Na hora de escolher, deve-se avaliar não só o preço da mensalidade, mas a proposta pedagógica, a qualidade dos professores, as condições físicas da instituição (como acesso à tecnologia) e as relações entre as crianças. "A educação não se faz só do professor para o aluno. A interação entre os alunos também é muito significativa, por isso é bom saber que tipo de aluno freqüenta a escola", avisa Denise.

Para ver o resultado obtido pela instituição na última avaliação do Ministério da Educação, basta acessar o site www.provabrasil.inep.gov.br

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