O valor pago em seguro-desemprego em 2009 foi recorde, de acordo com o Ministério do Trabalho, somando R$ 19,6 bilhões, quase R$ 5 bilhões a mais do que o registrado em 2008. Com isso, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) registrou seu primeiro déficit anual desde a sua criação, em 1992.

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De acordo com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, 7,7 milhões de trabalhadores receberam o benefício no ano passado, número também recorde. Em 2008, haviam recebido o seguro-desemprego 7 milhões de pessoas. Segundo o balanço do FAT, as receitas em 2009 somaram R$ 35 bilhões, contra R$ 33 bilhões no ano anterior. Já o total das despesas, incluindo repasses para o BNDES, no ano passado foi de R$ 36,8 bilhões.

"O fundo não existe para dar lucro, não é banco. Como tivemos uma crise, houve ampliação do seguro-desemprego. Agora em 2010, calculo que o crescimento da receita será muito maior do que das despesas porque geraremos empregos. Vamos recuperar o saldo positivo na conta corrente do FAT", disse Lupi.

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FGTS

Lupi também apresentou o resultado das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), cujos saques cresceram 11% em 2009 em relação ao ano anterior. O valor chegou a R$ 47,38 bilhões, contra R$ 42,67 bilhões em 2008. Segundo o ministro, a alta é consequência das demissões do final do ano de 2008 por causa da crise econômica, que tiveram reflexo nos valores retirados principalmente no início de 2009.

A arrecadação bruta do fundo cresceu 11,82%, ficando em R$ 54,4 bilhões. Com isso, a arrecadação líquida fechou 2009 em R$ 7 bilhões, crescimento de 17,5%. Dos recursos do Fundo, foram investidos R$ 15,6 bilhões em habitação, saneamento e infraestrutura urbana, contra R$ 12,7 bilhões no ano anterior. Além disso, foram gastos R$ 2,85 bilhões em subsídios para habitação de baixa renda, contra R$ 1,36 bilhão em 2008.

No total, foram contratados R$ 19,6 bilhões em projetos de habitação, contra R$ 13,62 bilhões em 2008. Já nos projetos de saneamento houve queda significativa, ficando em R$ 1 bilhão em 2009, contra R$ 3,74 bilhões em 2008. Segundo o ministro, isso ocorreu em parte porque, em 2008, foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e muitas empresas de saneamento estaduais tomaram grandes financiamentos junto ao FGTS, atingindo seus limites de endividamento, o que impediu a captação de novos recursos em 2009.