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Administração pública

Gasto menor pode segurar a inflação

Para Guido Mantega, despesas de ministérios serão reduzidas “se necessário” | Antonio Cruz/ABr
Para Guido Mantega, despesas de ministérios serão reduzidas “se necessário” (Foto: Antonio Cruz/ABr)

Depois de um 2009 de crescimento nulo, devido à crise, o governo mostra preocupação com o atual ritmo de expansão da economia, considerado superior ao que o país pode suportar sem gerar inflação. Foi o que indicaram dois dos principais integrantes do núcleo econômico – o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Recém-saída do governo, a pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff defendeu discurso semelhante. Os três participaram de seminário sobre infraestrutura, organizado pelos jornais Valor Econômico e Financial Times, no Rio de Janeiro.Para conter os efeitos negativos de uma expansão exagerada, o governo, segundo Mantega, estuda cortar gastos de custeio em todos os ministérios – apesar do calendário eleitoral, quando tradicionalmente os governos elevam despesas.Mantega foi um dos principais defensores da expansão de gastos públicos para evitar a recessão em 2009 – o PIB acabou recuando 0,2%. Agora, ele diz que, "se necessário", serão reduzidas despesas dos ministérios.

Os cortes desses gastos, afirma, visam reduzir o consumo interno – um dos principais componentes do PIB. Para Mantega e Coutinho, o limite de crescimento da economia seria de 6% (a previsão oficial é de 5,5%) – acima disso, o país estaria produzindo acima de sua capacidade, o que gera inflação. Os principais programas, como o PAC, os investimentos em infraestrutura e os programas sociais, serão preservados, diz Mantega.

Dilma disse que o Brasil não pode descuidar da área fiscal e defendeu a necessidade de redução da relação dívida/PIB e do déficit nominal (recursos que faltam ao governo para pagar os juros da dívida), hoje em 3,5% do PIB. Somente com isso, afirmou, será possível elevar os níveis de poupança pública – necessária para realizar investimentos – e reduzir as taxas de juros no longo prazo. Contágio "positivo"

O presidente do BNDES diz acreditar que o impacto da crise na Grécia no crescimento econômico, "se houver", será bom porque "pode moderar o crescimento do Brasil". "O problema da nossa economia hoje não é de pouco crescimento, mas de crescer demais." Fora o atraso na recuperação das exportações, Mantega vê pouco risco de contágio da economia pelos problemas na Grécia. "Houve volatilidade na bolsa, mas não vejo risco de bolhas."

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