Boletim Focus
Mercado eleva previsão de IPCA
O boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, revela que a maioria dos economistas do setor financeiro reajustou para sua cima as suas previsões para a inflação deste ano: o IPCA projetado para 2010 passou de 5,42% para 5,50%. Trata-se da 16.ª semana consecutiva que a mediana dessas estimativas é revista para cima. Ao mesmo tempo, o mercado continua elevando as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A mudança foi de 6,06% para 6,26% no ano. A estimativa para a taxa básica de juros (Selic), porém, manteve-se em 11,75%. Mas, por causa da defasagem da implementação da política monetária, o mercado acredita que a redução será mais lenta. Os analistas esperam que a Selic encerre 2011 em 11,50% ao ano, ante expectativa de 11,25% registrada na semana passada.
Depois da divulgação da produção industrial de março na semana passada, o mercado promoveu mais uma elevação na projeção para este indicador em 2010. Agora, a estimativa de crescimento da produção da indústria é de 10,30%, ante 9,54% na semana anterior. Para 2011, o mercado segue acreditando em expansão de 5% para a indústria.
Câmbio e dívida
Para o fim de 2010, os analistas esperam o dólar cotado a R$ 1,80 e para o fim de 2011, a R$ 1,85. O mercado também manteve em 41% a projeção para a relação dívida líquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB) em 2010.
Das agências
Depois de um 2009 de crescimento nulo, devido à crise, o governo mostra preocupação com o atual ritmo de expansão da economia, considerado superior ao que o país pode suportar sem gerar inflação. Foi o que indicaram dois dos principais integrantes do núcleo econômico o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Recém-saída do governo, a pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff defendeu discurso semelhante. Os três participaram de seminário sobre infraestrutura, organizado pelos jornais Valor Econômico e Financial Times, no Rio de Janeiro.Para conter os efeitos negativos de uma expansão exagerada, o governo, segundo Mantega, estuda cortar gastos de custeio em todos os ministérios apesar do calendário eleitoral, quando tradicionalmente os governos elevam despesas.Mantega foi um dos principais defensores da expansão de gastos públicos para evitar a recessão em 2009 o PIB acabou recuando 0,2%. Agora, ele diz que, "se necessário", serão reduzidas despesas dos ministérios.
Os cortes desses gastos, afirma, visam reduzir o consumo interno um dos principais componentes do PIB. Para Mantega e Coutinho, o limite de crescimento da economia seria de 6% (a previsão oficial é de 5,5%) acima disso, o país estaria produzindo acima de sua capacidade, o que gera inflação. Os principais programas, como o PAC, os investimentos em infraestrutura e os programas sociais, serão preservados, diz Mantega.
Dilma disse que o Brasil não pode descuidar da área fiscal e defendeu a necessidade de redução da relação dívida/PIB e do déficit nominal (recursos que faltam ao governo para pagar os juros da dívida), hoje em 3,5% do PIB. Somente com isso, afirmou, será possível elevar os níveis de poupança pública necessária para realizar investimentos e reduzir as taxas de juros no longo prazo. Contágio "positivo"
O presidente do BNDES diz acreditar que o impacto da crise na Grécia no crescimento econômico, "se houver", será bom porque "pode moderar o crescimento do Brasil". "O problema da nossa economia hoje não é de pouco crescimento, mas de crescer demais." Fora o atraso na recuperação das exportações, Mantega vê pouco risco de contágio da economia pelos problemas na Grécia. "Houve volatilidade na bolsa, mas não vejo risco de bolhas."
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