O gerente comercial Fernando Rodrigues de Mello, 34 anos, usa atualmente 40% da sua renda para pagar dívidas e já se programou para passar um fim de ano mais modesto, sem direito a férias com a família e gastos típicos desta época do ano. Casado e pai de três filhos, dois deles em idade escolar, Mello diz que tem tido dificuldades para manter o padrão de vida da família sem precisar recorrer aos bancos e ao cheque especial.
A rápida ascensão profissional possibilitou a realização de alguns sonhos de consumo, como a troca do carro popular por um importado. Por outro lado, as contas aumentaram, comprometendo o orçamento da família e forçando uma mudança de hábitos. "Passamos a sair menos e evitar os gastos desnecessários", afirma o gerente comercial, que paga as prestações da casa e de dois carros, além das despesas com a educação dos filhos.
O gerente comercial, que veio do interior do estado para São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, diz que as vantagens de morar em uma cidade com muitas opções de lazer e consumo podem se tornar um perigo para o bolso, sobretudo quando os desejos sobrepõem o planejamento.
Depois de um ano tentando cobrir as lacunas deixadas pelos gastos sem muito sucesso , ele aguarda a chegada do 13.° salário e do Plano de Participação dos Resultados (PPR) pago pela empresa onde trabalha para colocar as contas em dia. "Economicamente estou bem, mas financeiramente não", brinca Mello.