O ministro Manoel Dias discursa: para ele, o governo tem o controle da inflação| Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Uma proposta feita pelo sindicalista e deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) monopolizou as atenções nas comemorações do Dia do Trabalho, ontem em São Paulo. Os eventos serviram para que Força Sindical – central presidida pelo parlamentar – e CUT demarcassem duas posições contrárias sobre o tema e sobre a intensidade da inflação no país.

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O deputado, conhecido como Paulinho da Força, lançou uma campanha pela volta do gatilho salarial, instrumento usado nos anos 80, pelo qual os salários passam a ser reajustados cada vez que a inflação acumular um porcentual pré-definido. Pela proposta de Paulinho, se a alta somar 3%, os salários subiriam de forma automática.

De janeiro a março deste ano, o IPCA, principal índice de inflação do país, acumulou 1,94%. Nos últimos cinco meses, o índice somou 3,7%.

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O presidente da CUT nacional, Vagner Freitas, respondeu horas mais tarde. "Não há nada pior que a inflação para o trabalhador. Agora, querer vir no 1.º de Maio e dizer que a pauta da classe trabalhadora é fazer campanha para impedir a inflação é entrar no jogo do banqueiro internacional, do Bradesco, do Itaú, que quer que aumente a taxa de juros e demita os trabalhadores para controlar a inflação", afirmou. Em entrevista, ele disse existir "uma corrente conservadora que quer criar um clima inflacionário" para se promover eleitoralmente para o ano que vem.

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, também do PDT, rechaçou a ideia dizendo que ela pode pressionar os preços. "O gatilho já existiu quando a inflação estava fora do controle. Hoje o governo tem o controle. Ela está dentro do previsto e começa a recuar."

Pronunciamento

Em mensagem gravada para as emissoras de rádio e tevê, a presidente Dilma Roussef tratou de inflação apenas de passagem, enquanto abordava o tema do crescimento econômico. "É mais do que óbvio que um governo que age assim e uma presidenta que pensa desta maneira não vão descuidar nunca do controle da inflação", disse. "Esta é uma luta constante, imutável, permanente. Não abandonaremos jamais os pilares da nossa política econômica, que tem por base o crescimento sustentado e a estabilidade."

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