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Gazeta do Povo chega ao iPad com tablets em alta

Para o publicitário Vinícius França, inserção de conteúdo adicional ao impresso é uma das vantagens da versão para iPad | Antônio Costa / Gazeta do Povo
Para o publicitário Vinícius França, inserção de conteúdo adicional ao impresso é uma das vantagens da versão para iPad (Foto: Antônio Costa / Gazeta do Povo)
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Na semana de lançamento da Gazeta do Povo no iPad, a empresa de consultoria em tecnologia da informação IDC anunciou estudo revelando que os brasileiros compraram 100 mil tablets em 2010. Divulgado ontem, o número, que inclui tanto as vendas no mercado interno como os aparelhos trazidos do exterior, chama a atenção do mercado publicitário. Para este ano, a perspectiva é de que 300 mil aparelhos sejam vendidos.

De acordo com o estudo, por enquanto os aficionados por tecnologia são os principais compradores. Mas outros tipos de consumidores poderiam aumentar os números se não fosse a presença de barreiras ao comércio do produto, como a falta de familiaridade dos clientes com o aparelho e uma parcela de potenciais consumidores que aguardam o lançamento de novos modelos.

O governo federal tem anunciado intenções de reduzir a tributação sobre os aparelhos. Para o coordenador de pesquisas da IDC, Luciano Crippa, isso não muda a estimativa de 300 mil para este ano. "É preciso considerar a capacidade e o tempo de produção dos dispositivos. Os efeitos dessas intenções [do governo] só devem ter influência em 2012."

Embora não haja informações sobre quantidade e tipos de usuários de tablets no Paraná, o gerente de plataformas digitais dos jornais do GRPCom, Guilherme Vieira, afirma que o público dos dispositivos é altamente qualificado. "O preço não é baixo, então é preciso ter uma certa renda para comprar. Não temos um retrato fiel, mas o público é de classes A e B", diz.

Hoje, em qualquer um dos 100 mil tablets já é possível baixar a versão da Gazeta do Povo para o dispositivo (veja quadro). Para Vieira, a versão, desenvolvida por mais de 20 profissionais, enriquecerá a experiência não só em jornalismo, como também em publicidade.

"É possível, por exemplo, o anúncio de uma construtora ter um vídeo em 360 graus do apartamento, as fotos do prédio, o mapa da vizinhança. Mas mesmo um anuncio estático tem uma qualidade excepcional em impacto, porque a imagem é em alta resolução", diz Guilherme. Segundo ele, o preço dos espaços publicitários varia de R$ 1,2 mil (meia página em dia de semana) a R$ 17 mil (inserção na capa mais uma página inteira no domingo).

Segundo a diretora-executiva da Associação Brasileira de Publicidade, Marion Hauergreen, o número de consumidores de tablets vai mexer com o mercado. "São bancos, petroleiras e empresas de telecomunicação muito interessadas em anunciar. Grande parte estava esperando para conferir melhor a adesão da população ao tablet", diz.

Para Marion, a inserção dos jornais nos dispositivos é necessária. "O jornal no tablet deixou de ser uma tendência e é cada vez mais uma necessidade do mercado publicitário", afirma ela, que rechaça a ideia do fim do papel. "A televisão não acabou com o rádio, nem o computador com os livros. Esse novo aparelho também não vai acabar com o jornal impresso", opina.

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