O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou hoje que a proposta da França para acabar com a volatilidade dos preços dos alimentos "não está clara". Ele sinalizou que as forças do mercado devem funcionar livremente. Seu comentário, em resposta a um questionamento feito num encontro com estudantes e professores de negócios em São Paulo, ocorreu no contexto do alerta feito recentemente pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre a alta dos preços dos alimentos no mundo. A França, atualmente na presidência do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), defende que se criem novos mecanismos na Organização Mundial do Comércio (OMC) para estabilizar os preços das commodities agrícolas. Os ministros da Agricultura do G-20 foram convidados a se reunir em Paris para projetar soluções, em junho.
Mas Geithner declarou que, embora os Estados Unidos estejam trabalhando com a França nesta questão, são cautelosos com tudo que pode colocar em risco a recuperação da economia após a crise financeira global. "Queremos ser muito cautelosos para trazer equilíbrio a essa perspectiva, para que, no desejo dos políticos de trazer estabilidade aos mercados, não criemos condições que danificarão não só os interesses dos exportadores de commodities mas o melhor funcionamento das dinâmicas básicas da recuperação", disse.
"Portanto, não está claro para mim o que a França está realmente propondo." Geithner acrescentou que o comércio de commodities nos Estados Unidos é realizado num sistema transparente e confiável, o que minimizou a possibilidade de haver especulação nos preços de grãos e cereais - algo que a França afirma ocorrer em outros países.
Na semana passada, a FAO informou que os preços dos alimentos atingiram seu maior nível desde que a agência iniciou a pesquisa em 1990. A FAO e outra agência da ONU, o Programa Alimentar Mundial (WFP, na sigla em inglês), sugeriram que o problema contribuiu para que ocorressem protestos em países como a Tunísia, onde o governo foi derrubado no mês passado. O alerta surge à luz da grave crise alimentar de 2007 e 2008, quando ocorreram tumultos em diversos países africanos, no Haiti e nas Filipinas, por causa dos preços elevados de alimentos. As informações são da Dow Jones.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast