Timothy Geithner apresenta no Capitólio um plano de regulamentação financeira. Para ele o momento exige "normas mais rigorosas de abertura e transparência"| Foto: Jonathan Ernst / Reuters

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, apresentou nesta quinta-feira (26) ao Congresso uma nova proposta de regulamentação dos mercados financeiros que confere ao governo maior poder de controlar grandes entidades e produtos financeiros mais sofisticados. Geithner explicou que a crise atual foi provocada justamente por uma regulamentação financeira "frágil e instável". Hoje foi divulgado que a economia americana caiu 6,3% no quarto trimestre de 2008, considerando a taxa anualizada, na maior queda desde 1982. Este é o resultado final do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços do país) americano, após duas leituras prévias em janeiro e fevereiro. Segundo Geithner, o momento exige "normas mais rigorosas de abertura e transparência".

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Geithner quer novas "regras de jogo" para Wall Street, como controle mais severo sobre os fundos de hedge e ampliação da regulação federal das operações com derivativos. Com as novas propostas, as instituições financeiras terão de reservar mais capital para cobrir possíveis perdas e terão de elevar os padrões de administração de riscos.

Geithner defendeu ainda a necessidade de uma única autoridade reguladora nos Estados Unidos para supervisionar as grandes empresas do setor financeiro.

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Os planos do secretário do Tesouro colocam grandes fundos de hedge, empresas de private equity e mercados de derivativos sob supervisão federal pela primeira vez.

"Grandes empresas interconectadas e mercados precisam estar sob um regime regulatório mais conservador e consistente", defendeu Geithner.

Ele também pediu novos padrões para as práticas de compensações de executivos no segmento financeiro. Na última semana, o anúncio de que US$ 165 milhões foram pagos em bonificações a funcionários da AIG causou revolta na sociedade americana, A seguradora já recebeu socorro de cerca de US$ 180 bilhões do governo desde 2008.

"O sistema provou ser muito instável e frágil, sujeito a crises significativas a cada poucos anos, bolhas periódicas nos mercados imobiliários e no crédito, seguidas por estouros e contrações", sustentou em discurso escrito para ser apresentado à Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA.

O Tesouro dos Estados Unidos detalhou nesta segunda um plano para a compra de até US$ 1 trilhão em ativos podres dos bancos através de parcerias público-privadas. O governo americano vai usar de US$ 75 bilhões a US$ 100 bilhões do total de US$ 787 bilhões do pacote de ajuda aprovado em outubro.

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