A geração de empregos formais em 2014 é a menor da série histórica, iniciada em 2002. A criação de 396.993 postos de trabalho no ano, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta sexta-feira, 23, pelo Ministério do Trabalho e Emprego em Florianópolis.
O resultado de dezembro, com saldo negativo de 555.508 vagas, é o pior desde 2008, ano marcado pela agravamento da crise econômica nos Estados Unidos. Naquele ano, dezembro apresentou um fechamento de 654.946 postos de trabalho.
Na série sem ajustes o saldo de vagas de emprego formal em 2014 foi de 152.714. O resultado está abaixo do piso encontrado pela AE projeções, que previa um saldo positivo entre 178 mil e 400 mil vagas no ano. O número ficou abaixo da mediana prevista pelo mercado, que era de 196.500 novos postos de trabalho em 2014.
A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. Após esse período há um ajuste da série histórica, quando os empregadores enviam as informações atualizadas para o governo.
"Espetacular"
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, minimizou nesta sexta-feira (23) o fraco resultado da geração de empregos no Brasil em 2014.
Ele justificou que o ano teve peculiaridades como Copa do Mundo e eleições. No ano, foram criadas 397 mil vagas. "Houve uma campanha de que a Copa não seria realizada, o que gera um insegurança e retrai o investidor. Também tivemos eleições acirradas e criaram uma ideia de que o Brasil vivia uma crise, estava quebrando. Isso criou uma expectativa em alguns setores", disse.
O ministro viu o resultado de forma positiva. "O que é importante é que nos continuamos acrescentando postos de trabalho no estoque", afirmou.
Sobre dezembro, que teve o pior resultado para o mês desde 2008, com menos 555 mil vagas, Dias afirmou que, historicamente, o período tem uma grande queda no número de postos de trabalho.
Apesar de já ter previsto a criação de 6 milhões de vagas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, Dias comemorou o resultado de 5,3 milhões de novos postos entre 2011 e 2014. "Cinco milhões foi espetacular. O mundo está em crise", disse.
Para 2015, Manoel Dias é otimista e afirma que o país verá os resultados de investimentos em infraestrutura se refletirem no mercado de trabalho. "Em um prazo relativamente pequeno, o Brasil vai retomar seu crescimento", avaliou.