A recuperação do mercado de energia brasileiro frente à crise internacional vai depender de sua capacidade de reação, disse nesta segunda-feira (23) à Agência Brasil o presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva. Ele participou de seminário sobre o modelo do setor, organizado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ).
Nos últimos três meses, o consumo de energia tem apresentado queda. O pico foi registrado em dezembro (-4,8%) e, em fevereiro, também houve uma redução, de 4,4%. O mês de março, entretanto, já estaria sinalizando para uma recuperação acima de 3%, segundo o presidente da Abrage.
"Não sei se é um problema de calor excessivo. Mas isso vai permitir a operação do sistema ao longo do ano", disse Neiva. De acordo com ele, o setor de geração de energia está pronto para atender à demanda mesmo em um ambiente de baixa no mercado.
A situação favorável deverá levar ao funcionamento de menos usinas térmicas . "Não há perspectivas de que vai faltar energia no país", observou. Essa oferta acima da demanda, na opinião de Neiva, "não quer dizer que nós podemos arrefecer com o plano de obras".
Para ele, o Brasil deve dar seguimento aos projetos que envolvem todas as fontes de energia, priorizando as usinas hidrelétricas.