Preocupados com os reflexos do acirramento da crise econômica e com o cenário de instabilidade política no País, governadores de nove Estados que compõem a Amazônia Legal, reunidos ontem no 11.º Fórum da Amazônia, em Manaus, decidiram que é o momento de assumir um papel de protagonismo junto ao governo Dilma Rousseff para o encontro de soluções para os atuais problemas.
“Não dá mais para os 27 governadores serem simples espectadores de um cenário dramático que está nos levando a um final nada feliz”, disse o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), ao Broadcast Político, serviço de notícias da Agência Estado.
O protagonismo desejado por esses gestores estaduais ocorre concomitantemente com o convite que Dilma está fazendo aos governadores para um encontro na próxima quinta-feira, a fim de selar um acordo de governabilidade. “(O governo) só pode cobrar os outros se fizer primeiro a lição de casa (cortar gastos e ministérios)”, avalia o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), que também participou do fórum. Taques reclamou que a gestão Dilma fez um ajuste fiscal sem consultar os governadores. “Precisamos ser ouvidos, hoje falei com o (governador de São Paulo, Geraldo) Alckmin (PSDB) e ele também avalia que os governadores precisam ser ouvidos, ainda mais neste momento de clima de final de festa, em que não se sabe todos os reflexos da Operação ação Lava Jato e com a crise atingindo os Estados.”
Mesmo com a visão mais crítica, Taques diz que o momento é de entendimento para sair da crise. Opinião compartilhada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B). Para Dino, a gravidade da crise política e econômica exige um entendimento nacional. “Temos de realizar um pacto nacional pela governabilidade, uma união de força política em prol da nação.” Segundo ele, a crise econômica está ficando aguda e é preciso encontrar soluções que não passem apenas pelo ajuste fiscal, mas que indiquem os caminhos de recuperação da economia.
“O debate no Congresso está contaminado e a temperatura só vai diminuir quando tivermos um acordo das principais lideranças do País e isso passa pelos governadores.”
O governador do Acre, Tião Viana (PT), se mostrou otimista com o encontro com Dilma. “Com um trabalho nessa linha, e em conjunto, a crise fica pequena e podemos passar por ela. A presidente precisa dos governadores para enfrentar esse momento e estamos dispostos a isso.”
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