O gigante chinês da internet Alibaba Group comprou o jornal diário South China Morning Post, um dos veículos em língua inglesa mais influentes de Hong Kong.
A compra pela empresa de tecnologia do diário fundado em 1903 foi definida pelo jornal americano The New York Times como parte de “um ambicioso plano para remodelar a cobertura da mídia de seu país-sede”.
O objetivo é contrabalançar o que os executivos da empresa definem como retrato negativo da China na mídia ocidental, afirma o jornal.
Por décadas o “South China Morning Post” cobriu agressivamente temas que a mídia estatal chinesa é proibida de abordar, como escândalos políticos e assuntos ligados a direitos humanos.
Em uma carta aberta dedicada aos leitores do jornal assinada pelo vice-presidente executivo do Alibaba, Joseph Tsai, a empresa defende que “o mundo necessita de uma pluralidade de pontos de vista no que diz respeito à cobertura sobre a China”.
O país seria “muito importante para uma tese única”. No documento, Tsai garante que as decisões editoriais cotidianas serão tomadas na redação do jornal, e não no conselho administrativo.
Mais leitores
A meta do Alibaba, afirma o executivo, é fazer com que o número de leitores do South China Morning Post aumente globalmente, com foco naqueles “interessados em entender melhor a segunda maior economia mundial”.
Uma das medidas anunciadas para atingir esse objetivo é derrubar o sistema de “pay wall”. Nele, os leitores têm o acesso ao site do jornal barrado após realizarem um determinado número de leituras. Para continuar, têm que pagar por uma assinatura digital.
“Como muitas mídias impressas, o ‘SCMP’ enfrenta desafios em meio às dramáticas mudanças na forma como as notícias são reportadas e distribuídas (...) nós vemos a oportunidade perfeita para casar nossa tecnologia com a profunda tradição do ‘SCMP’“, diz Tsai.
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