O ministro da Cultura, Gilberto Gil, defendeu nesta segunda-feira a cultura hacker na abertura do Congresso Global de Internet, que começou em Barcelona e durante quatro dias vai debater as tendências do mundo da rede.
- Eu, Gilberto Gil, como ministro da Cultura do Brasil e como músico trabalho todo o dia com o impulso da ética hacker - declarou solenemente.
Segundo o ministro, é necessário distinguir os "hackers" dos "crackers"- vulgares piratas da informática, na sua opinião - e disse que os primeiros são "militantes da contracultura que vêem no computador uma fantástica ferramenta de comunicação".
Gil opôs o mundo hacker ao que chamou de "ortodoxia analógica reacionária". Para ele, os hackers apostam no software livre e acreditam que a internet permite criar espaços de igualdade. Para o ministro, "os hackers criam, inovam, resolvem problemas e exercitam a organização de ajuda mútua e voluntária".
- A revolução tecnológica não pode se justificar por si mesma, ela deve ser feita em benefício dos povos - opinou.
O ministro citou como exemplo o programa "Um PC para todos", desenvolvido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa oferece o uso de computadores acessíveis e equipados com software livre.
- Graças à internet, um índio da Amazônia pode oferecer seus artefatos artesanais a compradores do primeiro mundo, evitando intermediários e conseguindo por seus produtos um preço superior ao que teriam antes, ao mesmo tempo que o comprador consegue descontos de vocês - declarou ele.
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