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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, voltou a atacar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela manutenção da taxa básica de juros a 10,5% na semana passada. Ela ainda disparou contra o mercado financeiro e a imprensa, que “passaram semanas pressionando pela manutenção da maior taxa de juros do planeta”.
A crítica da petista se soma a outras sucessivas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito contra Campos Neto, a quem nomina como responsável por definir a taxa Selic – sendo que as decisões são tomadas pelo colegiado do Comitê de Política Monetária (Copom) que tem integrantes do governo.
“O presidente bolsonarista do BC, os especuladores e a mídia passaram semanas pressionando pela manutenção da maior taxa de juros do planeta, inventando uma crise fiscal e um risco inflacionário que não existem. Aí o Copom faz o que eles queriam e os editoriais e colunistas põem a culpa... nas declarações de Lula”, disparou Gleisi em uma postagem na rede social X neste domingo (23) (veja na íntegra).
Gleisi emendou os ataques e afirmou que “é muita cara de pau”. “Aliás, onde estavam os sábios da mídia quando o BC cruzou os braços diante da especulação com o dólar? Contando is ganhos? Onde estavam quando o presidente do BC fez convescotes políticos com a oposição”, questionou.
Esta última frase de Gleisi se refere a um evento que Campos Neto participou há duas semanas promovido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo. O evento fez o PT acionar o executivo na Justiça com uma ação popular.
A petista ainda apoiou as falas de Lula contra Campos Neto sobre “verdades que precisam ser ditas”. “O Brasil é muito maior do que a ganância dessa gente que não quer pagar impostos e exige cortes no orçamento dos pobres. A verdade vai vencer, e o país também”, completou.
Na última sexta (21), Lula disse que é mais barato cuidar do povo pobre do que dos mais ricos, que custam caro. “Porque o pobre vai conversar com você e ele pede R$ 10 reais, o rico pede logo R$ 10 bilhões”, disparou em um evento no Maranhão.
A fala sucede às reclamações de que as renúncias fiscais de diversos setores da economia custam R$ 519 bilhões aos cofres públicos.