Ouça este conteúdo
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), voltou a atacar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) indicar que pode reduzir o ritmo de corte da taxa de juros. O documento foi divulgado na manhã desta terça (26) e justifica o corte de 0,50 ponto percentual definido na semana passada, que reduziu a Selic para 10,75%.
A ata indicou que a próxima reunião deve definir mais um corte de 0,50 ponto percentual, mas que depois vai depender de como a economia caminhar “se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro”. Isso ocorre por conta da retomada da inflação no país trazida pelo reaquecimento do mercado e elevação do Produto Interno Bruto (PIB).
Nas últimas semanas, o mercado financeiro vem oscilando as expectativas para este ano, com leves altas e baixas da inflação e aumento do PIB. Nesta terça (26), o Relatório Focus indicou que a inflação deve fechar o ano em 3,75% (queda de 0,04 na comparação com a semana passada) e alta do PIB de 1,85%.
“Tratar aumento do emprego e da massa salarial como ameaças para a queda dos juros, como faz a ata do Copom, é um tapa na cara do país. O BC de Campos Neto é que é uma ameaça constante e cada vez maior ao crescimento econômico de que o Brasil tanto precisa”, disparou Gleisi nas redes sociais.
Ela afirma ainda que “é só a economia dar sinais positivos, que eles reforçam a política de juros estratosféricos, entre os maiores do planeta. Essa irresponsabilidade precisa parar”.
O Copom afirmou na ata que “no mercado de trabalho, a ênfase se deu na aceleração de rendimentos e da massa salarial, reforçando o diagnóstico de um mercado de trabalho dinâmico. Dada a dificuldade de uma conclusão assertiva sobre as defasagens entre o mercado de trabalho e a atividade econômica, o Comitê seguirá acompanhando os dados em profundidade”.
A decisão de cortar a Selic em 0,50 ponto percentual na última reunião do Copom foi unânime e está alinhada com o plano de levar a inflação para a meta nos próximos anos. A taxa Selic controla os juros básicos da economia e foi reduzida de 11,25% para 10,75% ao ano.