A General Motors informou nesta quinta-feira (26) que perdeu US$ 30,9 bilhões em 2008, após registrar números vermelhos de US$ 9,6 bilhões no último trimestre do ano. A perda marca o segundo maior prejuízo anual da montadora de 100 anos de existência, atrás apenas dos US$ 38,7 bilhões registrados em 2007.

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A crise mundial de vendas no setor se traduziu em uma drástica redução dos lucros da GM. "O ano de 2008 foi extremamente difícil para o mercado automobilístico nos Estados Unidos e no resto do mundo, especialmente no segundo semestre. Estas condições criaram um ambiente muito difícil para a GM e outros fabricantes", disse por meio de um comunicado Rick Wagoner, presidente-executivo da empresa.

A GM passou da receita de US$ 180 bilhões em 2007 para US$ 149 bilhões um ano depois. Deste número, US$ 148 bilhões procederam de atividades diretamente relacionadas à venda de automóveis, um conceito pelo qual, no ano passado, o ganho foi de US$ 178 bilhões.

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No último trimestre de 2008, a companhia teve receita de US$ 30,8 bilhões, US$ 16 bilhões a menos que no mesmo período do ano anterior.

As atividades da General Motors na América do Norte continuam sendo o peso para a companhia.

A empresa informou que, no conjunto do ano, a General Motors na América do Norte perdeu US$ 14,1 bilhões - US$ 10,8 bilhões a mais que em 2007 -, dos quais US$ 3,5 bilhões corresponderam ao último trimestre.

Na Europa, a GM perdeu US$ 2,8 bilhões em 2008 - US$ 2,3 bilhões a mais que em 2007 -, dos quais US$ 1,9 bilhão foi perdido nos três últimos meses do ano.

A GM na América Latina, África e Oriente Médio perdeu US$ 181 milhões no quarto trimestre, mas terminou 2008 em números positivos de US$ 1,3 bilhão, o mesmo número de 2007.

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Finalmente, na Ásia-Pacífico, a GM perdeu US$ 917 milhões no último trimestre de 2008, o que levou seus resultados para o conjunto do ano a perdas de US$ 800 milhões.

Força-tarefa

A divulgação do resultado da montadora aconteceu no mesmo dia em que Wagoner deve se encontrar com membros da força-tarefa dirigida pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e pelo conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Summers.

A GM pediu um total de até US$ 30 bilhões em ajuda do governo norte-americano para sobreviver à queda nas vendas. "A previsão é de que estas condições difíceis continuem em 2009 e, por isso, estamos acelerando nossas ações de reestruturação. Ao mesmo tempo, mantemos nosso compromisso de produzir carros e caminhonetes emocionantes e eficientes em consumo e de ser líderes em tecnologias de propulsão avançadas", afirmou Wagoner.

Licenças no Brasil

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A unidade brasileira da montadora norte-americana General Motors (GM) dará, a partir desta quinta, licença remunerada a 300 funcionários efetivos da produção da fábrica de São Caetano do Sul (SP), para retorno no fim de março. Segundo a empresa, a decisão foi anunciada na última sexta-feira (20).

Ainda nesta quinta vencem os contratos de cerca de 600 pessoas de um grupo de 1.633 trabalhadores temporários que estão em licença desde o mês passado.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano realiza nesta quinta, nos portões da fábrica, manifestação para reivindicar a renovação dos contratos. Na última sexta-feira (20), em reunião com sindicalistas, executivos do setor de Recursos Humanos informaram que a empresa deve dispensar a maioria dos temporários.

"Disseram que o mercado de carros ainda não reagiu o suficiente para manter esse pessoal", disse o vice-presidente do sindicato, Francisco Nunes. Segundo ele, no máximo 30 pessoas contratadas para a área de manutenção deverão permanecer.

Além dos 600 contratos que vencem nesta quinta-feira, a partir da próxima segunda-feira (2) vencem em média 50 contratos ao dia, até totalizar os 1.633 funcionários que foram selecionados para atuar no terceiro turno de trabalho criado no ano passado, mas suspenso em janeiro.

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